02/11/2024

Em seis meses, Pará teve 19 dias sem sinal

Nos seis primeiros meses do ano, as quatro operadoras de telefonia móvel que atendem o Pará interromperam o serviço durante 465 horas, ou o equivalente a 19 dias atingindo todos os 143 municípios do estado, em alguns com mais intensidade, como é o caso de Almerim, no Baixo Amazonas, que sofreu um “apagão” de sinal de celular por mais de 24 horas, e São Félix do Xingu, no Sudeste, por 21hs.

Os dados fazem parte de um relatório feito pela Anatel. De acordo com os números entregues, nos seis primeiros meses do ano as companhias Claro, Oi, TIM e Vivo tiveram somadas 3.237 interrupções de serviço, o que significa a não transmissão de sinal durante determinado período.

Essas interrupções duraram exatos 27934:39:00 minutos, ou as 465 horas. A própria Anatel se assustou com os números e explicou que uma interrupção não afeta necessariamente todo o município e ainda pode ser suportada por outra torre, aquela que estiver mais próxima da que falhou, e que seja da mesma operadora.

De acordo com a agência, estima-se que cada interrupção afete em torno de 10% do município, devendo haver exceções, o que reduziria o tempo de interrupção para uma “média ponderada”.

O relatório mostra que a operadora Claro sofreu interrupção de seus serviços por um período de 229 horas, ou quase 10 dias. A TIM ficou sem prestar sinal por 101 horas, o equivalente a 4 dias e meio. A Vivo deixou seus consumidores sem sinal por 86 horas, quase 4 dias, e a Oi por um período de 48 horas.

Foram registradas ao todo 3.237 interrupções das quatro operadoras. Em número de interrupções a campeã é a Vivo, com 1.261, seguida da TIM (835), Claro (719) e Oi (422).

A Anatel não tem metas para os períodos de interrupção do serviço, mas as falhas (que podem ser decorrentes de problemas nas redes das prestadoras , como falha nas estações, falta de energia, ou falha nos meios de transmissão) são obrigatoriamente cadastradas pelas prestadoras. No decorrer do ano, a Anatel irá aglomerar os eventos e avaliá-los para que seja instaurado um processo administrativo no ano seguinte. As empresas podem entrar com recurso ou pedido de reconsideração.

Mas os problemas das operadoras no Pará não se resumem às interrupções recordes no país, segundo a própria Anatel. A agência acompanha os registros de falhas de ligações (ou quedas de chamadas) ou as tentativas frustradas para completar uma ligação de cada uma das operadoras.

A Anatel detalhou os piores serviços prestados pelas operadoras em todos os municípios do Estado. Ao contrário do item interrupções, que a Anatel alega serem referentes a seis meses (apesar de terem vindo anexados no mesmo relatório) outras duas medições de qualidade da agência apresentadas ao Diário se referem ao primeiro trimestre de 2013, período em que aumentou o número de reclamações no Procon.

Esses registros são feitos durante os períodos de maior movimento (PMM) que são de 10 horas da manhã até as 13h e de 18h até as 21 horas.

Para as chamadas completadas é estabelecida uma meta de 95% na avaliação dos dois períodos. TIM e Vivo não conseguiram alcançar a meta. Em fevereiro as duas operadoras não alcançaram nem 94% em um dos períodos. O pior resultado foi da Vivo, com 93,09% no primeiro período.

Quanto à queda das chamadas, a Anatel estabelece uma meta de 2% das ligações por período de maior movimento (PMM). A TIM foi também a campeã em quedas de chamadas nos três primeiros meses do ano. As ligações feitas pela TIM caem mais que o limite estabelecido pela Anatel. 

Em março, o índice de falhas em chamadas da operadora TIM no período de 18h às 21h foi de 2,31% . As demais operadoras conseguiram alcançar a meta.
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