21/11/2024

GSMA divulga estudo sobre a banda larga na América Latina

Um novo estudo publicado pela GSMA Latin America revela o potencial que a banda larga móvel possui para acabar com a exclusão digital na América Latina e conectar mais de 149 milhões de pessoas que hoje vivem na base da pirâmide sócio-demográfica da região. 

Os planos de dados móveis reduziram suas tarifas em 52% nos últimos três anos e a introdução de planos pré-pagos de internet móveis estão permitindo o acesso de muitos usuários de menor poder aquisitivo pela primeira vez na Sociedade da Informação.

O estudo, desenvolvido pela Telecom Advisory Services e encomendado pela GSMA, evidencia como a tecnologia móvel é a mais capacitada para tornar o acesso à internet na América Latina universalizado. As redes móveis implementadas na América Latina são plataformas tecnológicas que permitiram solucionar a exclusão na demanda por telefonia de voz, as quais hoje praticamente todos têm acesso. 

O estudo argumenta que, seguindo a tendência da telefonia móvel, as operadoras móveis, estimuladas pelo efeito da concorrência, permitirão reduzir a barreira de acessibilidade para os serviços de dados que os setores menos favorecidos enfrentam.

A base da pirâmide sócio-demográfica na Argentina, Brasil, Colômbia, Equador e México representa aproximadamente 33 milhões de lares e 149 milhões de pessoas que contam com uma renda mensal média de US$144,00 o que limita sua capacidade de acessar a banda larga. 

Se os planos sociais de banda larga fixa contribuíram para aumentar a penetração da internet, os principais beneficiados foram as classes médias latino americanas e não impactaram a barreira de acessibilidade da base da pirâmide. Porém, a banda larga móvel pode oferecer um serviço acessível para os lares mais humildes, por meio de sua maior flexibilidade de planos, que se ajustam à capacidade de consumo de cada usuário, à concorrência de preços e à facilidade de uso dos dispositivos móveis, que cada vez mais agregam novas funcionalidades para se conectar à Sociedade de Informação. 

Os planos de dados móveis mais econômicos para smartphones em toda a América Latina experimentaram uma redução de seus valores mensais de 52% nos últimos 3 anos. No segundo trimestre de 2010, estes planos custavam em média US$17,68 mensais, baixando para U$ 12,79 em 2011 e para U$ 8,33 em 2013. 

Ao mesmo tempo, os planos de internet móvel como os de A$ 1 por dia na Argentina, R$ 0,50 no Brasil, M$ 19 no México e USD 1,1 no Equador estão permitindo que as pessoas pertencentes a lares com renda menor que A$ 3.000,00 na Argentina, R$ 1.000,00 no Brasil, M$ 8,000 no México e USD 115 no Equador possam acessar os serviços de internet. Sob este conceito, o assinante adquire o direito de acessar a banda larga por dia, e paga um valor mensal em função dos dias em que utilizou o serviço. 

Assim, o usuário regula o preço de aquisição mensal com o que é economicamente viável. Para muitos latino-americanos, esta é a única maneira de acessar a Internet, já que representa menos de 2% de seus custos mensais, o que não conseguiria fazer através das ofertas de internet fixa. Os planos de dados pré-pagos estão se convertendo em uma alternativa real para conectar os desconectados da América Latina. 

Os smartphones constituem hoje uma peça chave para se acessar a internet, já que seu preço é significativamente menor que o de um computador e tem uma propagação cada vez maior na região. Neste sentido, estes aparelhos representam uma ferramenta para reduzir a exclusão digital em setores econômicos mais vulneráveis. Além disso, os smartphones não requerem habilidades significativas comparadas com as habilidades necessárias para se operar um computador, o que permitiria resolver certas barreiras da alfabetização digital. 

Ainda com estes grandes avanços dos últimos anos, o estudo conclui que a lacuna na adoção da banda larga na América Latina é muito significativa. Sendo necessário continuar trabalhando em conjunto para terminar de fechar a exclusão digital regional. O trabalho, desenvolvido pela consultoria liderada pelo Dr. Raul Katz, expõe que para atacar a exclusão na demanda por banda larga na base da pirâmide, é necessário apelar para novas estratégias que não se limitam somente ao investimento estatal direto. Os mecanismos indiretos que estimulam ou incentivam o investimento e a concorrência nestes setores poderiam ser ainda mais frutíferos. 

Um exemplo claro é colocar à disposição mais espectro para serviços móveis. A maior disponibilidade de espectro permitiria aumentar a oferta de serviços de conectividade da banda larga móvel, o que resultará no aceleramento da tendência à redução de preços e aumento da disponibilidade do serviço. Por sua vez, a redução de impostos pagos pelo consumidor final teria um efeito positivo para a massificação do serviço. Neste sentido, destaca o estudo, é importante que as operadoras continuem tendo liberdade para estruturar ofertas de banda larga, a partir da promoção transparente de serviços oferecidos.
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