A Paggo, empresa de pagamentos móveis com controle compartilhado entre Cielo e Oi, está passando por um processo de reestruturação estratégica. Dois caminhos possíveis estão sendo discutidos entre os sócios:
1) a absorção da Paggo pela Cielo, tornando-se uma ferramenta de m-payment dentro da estrutura da rede de adquirência;
2) a Paggo ser redesenhada para atuar mais ativamente e com mais liberdade como player de m-payment no Brasil.
O caminho mais provável é o primeiro, diante do interesse da Cielo e de sua liderança nas discussões, além do fato de a Oi estar mais concentrada no momento em arrumar a sua própria casa, com foco em seu negócio de telecom, após a troca do seu presidente. Isso não significa que a Oi sairia da sociedade da Paggo. A parceria para uso de uma infraestrutura de pagamentos continua sendo interessante para a operadora, ainda mais depois do lançamento do Oi Carteira, seu produto de cartão de débito pré-pago. O que pode acontecer é diminuir a sua participação acionária. A decisão final será tomada nas próximas semanas, de acordo com fontes que acompanham de perto as discussões.
A reformulação estratégica da Paggo começou a ser debatida mais intensamente entre os sócios depois do falecimento do então presidente da empresa, Massayuki Fujimoto, em fevereiro. Desde então, a Paggo está sendo comandada interinamente pelo executivo Rogério Signorini, diretor de novos mercados da Cielo e representante da rede de adquirência no conselho de administração da Paggo.
O fato de estar atrelada a uma rede de adquirência (Cielo) e a um banco (Banco do Brasil) transformou a Paggo, naturalmente, em um enabler de pagamentos móveis dessas duas empresas, e menos em um agente disruptivo no mercado financeiro, como tentou ser no passado, quando era apenas da Oi.
Hoje, sua solução de pagamentos móveis está disponível para cartões Ourocard com a bandeira Mastercard, assim como para o cartão co-branded Oi e Banco do Brasil e para o Oi Carteira, cartão de débito pré-pago da Oi. A maioria das transações, contudo, é de recarga remota de celular, não para compras presenciais. Apesar de todas as máquinas da Cielo aceitarem hoje o pagamento via Paggo e de ter havido treinamento de lojistas em vários estabelecimentos comerciais de estados do Nordeste, os portadores do cartão ainda desconhecem essa possibilidade. Cerca de 80% da base de cartões Ourocard são com a bandeira Visa, cuja integração com a solução ainda está em curso. Depois que isso acontecer é que o Banco do Brasil deve fazer uma campanha maciça para divulgação da novidade.
Outro passo importante para a Paggo será a inclusão do pagamento pelo celular em grandes portais de e-commerce na Internet brasileira, o que deve ser lançado em breve.