Na teleconferência de resultados do segundo trimestre de 2013, o diretor geral da Telefônica|Vivo Brasil, Paulo César Teixeira, deixou claro que a operadora está conduzindo um (duro) movimento de limpeza de base na telefonia celular. “Só estamos contando efetivamente quem consome”, disparou ao falar sobre a concorrência. Segundo ainda o executivo, a rival mais próxima (leia-se TIM) mantém acesso ativo no pré-pago por um período de 90 dias, enquanto a Vivo, decidiu baixar esse prazo para 30 dias. “Acesso que não liga, que não gera receita, gera despesa e não nos dá retorno”.
Por conta dessa estratégia de ‘limpeza’ de base (conduzida pela Vivo desde dezembro de 2011) seguida por outras operadoras (Claro e Oi), o número de habilitações na telefonia móvel está caindo em 2013. “Há uma tendência de levar em conta que gera receita. Acesso que não dá retorno, não deve ser contabilizado”, insistiu o diretor geral da Vivo. No ranking de junho da Anatel, a diferença entre a Vivo e a TIM caiu para 1,5%. A Vivo está com 28,67% do market share, ou 76.199.586 milhões de acessos ativos. Já a TIM, chegou a 27,17%, ou 72.195.067 milhões de acessos ativos.
Para Teixeira, se a Vivo mantivesse o prazo de 90 dias, utilizado pela TIM, a operadora contabilizaria pelo menos mais 10 milhões de acessos ativos na base, o que ampliaria a distãncia entre as teles no ranking nacional da Anatel. Embora adote medidas duras de desconexão, que provocou uma redução de 5,2% na base de assinantes pré-pagos da operadora ao longo do segundo trimestre, comparado ao mesmo período do ano passado, a tele contabiliza (e comemora) um incremento de 9,2% na recarga, o que significa consumo do serviço.
No pós-pago, a Vivo exalta o bom resultado do trimestre, onde somou 73,5% das adições líquidas, com um market share de 37,8%. “Tivemos um desempenho sensacional no pós-pago e mesmo no pré-pago tivemos um incremento na receita”, destacou Teixeira. No 4G, os números também são animadoras. A tele encerrou o segundo trimestre com 46,8% de participação, ou 85 mil acessos 4G comercializados.
Na telefonia fixa, para evitar o ataque de rivais como GVT, que começa a operar na cidade, e Embratel/Net, a Vivo decidiu centrar seus esforços na retenção da base dos acessos fixos. A ideia é ofertar o quadplay (unindo telefonia fixa, móvel ,banda larga e TV por DTH). A TV por fibra que somou 150 mil clientes no trimestre, são apostas para reter e ampliar a base fixa. “Queremos e precisamos reter esse cliente. As ofertas combinadas são uma estratégia”, disse Teixeira.
O segmento de voz fixa teve variação de 0,1% no trimestre pela primeira vez desde o terceiro trimestre de 2010, enquanto que os acessos corporativos registraram incremento anual da ordem de 5%. A banda larga fixa atingiu 3,83 milhões de clientes no segundo trimestre, um crescimento de 2,2% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Foram registradas 84 mil adições líquidas, número quatro vezes superior ao primeiro trimestre.
A Telefônica|Vivo Brasil fechou o segundo trimestre com 91,1 milhões de acessos em todo o País, sendo 76,2 milhões no negócio móvel e 14,9 milhões no fixo. No período, de acordo com o balanço, houve um crescimento de acessos pós-pagos da ordem de 20,4% no trimestre em relação a igual período do ano passado, capturando 73,5% das adições do mercado. Com isto, a empresa conta agora com uma base de 20,7 milhões de acessos pós-pagos, o que corresponde a 27,1% de participação no mix de clientes móveis, representando um incremento de 4,5 pontos percentuais sobre o resultado do mesmo período do ano anterior.
O marketshare total da empresa no negócio móvel ficou em 28,7%, enquanto que a participação no mercado de placas de dados fechou em 47,9%, alavancada por sua diferenciada cobertura 3G e 3G Plus, além da chegada do 4G. As adições líquidas atingiram 212 mil acessos e a receita líquida móvel no trimestre registrou evolução de 8% na comparação anual, impulsionada pelo aumento na receita de dados e maior venda de smartphones, com expressiva penetração de pacote de dados.
As receitas de internet móvel aceleraram-se pelo quarto trimestre consecutivo: evolução de 35,7% relativamente ao período abril-junho do ano passado. No segmento pré-pago, o volume financeiro de recargas apresentou novamente forte expansão no período, com incremento de 9,2% em relação ao contabilizado no segundo trimestre do ano passado. Já o ARPU móvel (receita média por cliente) teve aumento anual de 4,1%, alavancado pelo crescimento de 23,4% no ARPU de dados. No segmento corporativo, o mercado de M2M (machine-to-machine) totalizou uma base de acessos de 1,7 milhão de clientes no segundo trimestre, um aumento de 15,6% sobre o primeiro trimestre do ano.
Durante o segundo trimestre, a Telefônica|Vivo realizou investimentos de R$ 1,3 bilhão, o que equivale a 15% da receita líquida, destinados principalmente à melhoria da qualidade e à ampliação da cobertura 3G e 4G e de fibra óptica. O lucro líquido do trimestre foi de R$ 914,2 milhões, número 12,8% superior ao resultado do primeiro trimestre do ano. O EBITDA recorrente (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) foi de R$ 5,3 bilhões no semestre. Já a margem EBITDA recorrente alcançou 31,3% entre janeiro e junho.