A nova diretoria executiva da Sercomtel assumiu a operadora pública em fevereiro. E, agora, avança em seus planos de reestruturação para resolver seu problema de geração de caixa. Entre 2002 e 2012, a empresa registrou um prejuízo de R$ 102 milhões, mas pretende chegar a julho com um fluxo de caixa equilibrado. “Em consonância com o órgão regulador, que vem cobrando um posicionamento da direção, chegamos à necessidade de reduzir em R$ 2 milhões/mês as despesas”, afirmou o presidente da Sercomtel, Christian Schneider.
O projeto de reestruturação envolve a venda, em liquidação, das duas operações de TV à cabo (a Adatel TV e Comunicações Osasco e Adatel TV e Comunicações São José); o encerramento das atividades da operação de TV em MMDS em Maringá, já em operação e os estudos para tornar a gestão do call center privado. Atualmente, a Sercomtel detém 99% da Ask!, uma participação que deve ser reduzida a 49% em um prazo de um ano, conforme estudos da administração. De acordo com Schneider, a operadora também está revendo contratos de terceirização.
No entanto, alega o presidente, o grande problema da Sercomtel hoje são as despesas com pagamento de pessoal, que consomem 34,24% da receita operacional líquida. Por isso, ainda no ano passado foi aberto um programa de desligamento voluntário, ao qual 99 funcionários aderiram, o que deve trazer economia de R$ 650 mil/mês, a partir de março de 2014.
Em julho, um novo programa foi aberto e, desta vez, 55 colaboradores foram desligados, um enxugamento que deve render à companhia uma economia de R$ 572 mil/mês, a partir de abril. Como o número de demissões ainda era insuficiente, a operadora de Londrina (PR) anunciou na quarta-feira a demissão de 23 colaboradores e há estudos para verificar a possibilidade de fechamento de outras 14 vagas. A perspectiva da diretoria é enxugar as despesas com pagamento de pessoal em mais R$ 240 mil.
Questionada pelo sindicato que representa os trabalhadores de telecomunicações do Paraná por optar pela demissão de funcionários, em vez de enxugamento da diretoria, a Sercomtel frisa que está cortando pessoal também dos níveis gerenciais e de coordenação. Os acionistas da operadora, a Copel e a prefeitura de Londrina, estão reunidos para avaliar a possibilidade de enxugamento também na direção. “Mas isso é uma decisão que não cabe à direção executiva”, declarou Schneider.