O presidente do Conselho de Administração da Telecom Italia (controladora da TIM), Franco Bernabé, considera deixar o cargo em uma reunião marcada para quinta-feira (03), afirmou uma fonte próxima à situação, enquanto seus planos para reerguer a companhia de telecomunicações não devem receber apoio.
“Estamos indo no sentido de um pedido de renúncia”, disse uma fonte.
Uma segunda pessoa familiar ao tema disse que o diretor operacional Marco Patuano poderia assumir o cargo de Bernabé para garantir continuidade na gestão da empresa e que seus principais acionistas indicariam um novo presidente do conselho com um papel mais representativo.
“Os principais acionistas não estão preocupados, uma vez que Patuano é o presidente-executivo”, disse a fonte.
A Telecom Italia não comentou.
Bernabé, que está na liderança do grupo desde 2008, considerava propor na reunião do Conselho um aumento de capital de mais de 5 bilhões de euros (6,8 bilhões de dólares) para reduzir sua dívida e financiar novos investimentos, disseram duas fontes próximas à questão.
Mas eles acrescentaram que Bernabé estava verificando se teria apoio suficiente para o plano, que poderia dividir o Conselho, já que seus principais investidores são relutantes em injetar dinheiro novo na empresa.
Em uma comissão parlamentar nesta semana, o executivo de 65 anos disse que a Telecom Italia precisava levantar dinheiro novo para evitar uma redução de sua nota para o patamar especulativo e que a melhor alternativa seria um aumento de capital.
Bernabé criticou possíveis planos de sua principal acionista, a Telefónica (dona da Vivo), de vender ativos mais valiosos da companhia, como a brasileira TIM Participações, uma vez que tomar o controle total de sua rival italiana.
O diretor Luigi Zingales e outros quatro diretores independentes também criticaram a possível venda da TIM.
A Telefónica e três acionistas italianos fecharam um acordo na semana passada que poderá dar à empresa espanhola controle total da Telco, holding que controla a Telecom Italia por meio de uma participação de 22,4%, levantando críticas entre políticos italianos preocupados com o fato de uma empresa estratégica do país cair na mãos de estrangeiros.
Outros acionistas da Telco são a seguradora Generali e os bancos Mediobanca e Intesa Sanpaolo.