14/11/2024

Mesmo após fusão com a Oi, PT deve manter marca em Portugal

A PT Portugal vai manter o nome de Portugal Telecom, bem como suas marcas, e o negócio em Portugal será tributado no país, afirmou Zeinal Bava, presidente-executivo da Oi e da PT Portugal, em entrevista à edição brasileira do diário espanhol El País.

Bava justifica a fusão da PT e da Oi com “a língua, as boas relações entre os acionistas e um grande conhecimento do mercado do Brasil por parte da Portugal Telecom”, descartando a possibilidade de uma fusão com a Telefônica. 

“Acho que em momento algum pensamos que seria possível a fusão com a Telefônica ou com uma companhia brasileira se não fizesse sentido no contexto da globalização do nosso setor e não gerasse valor para o acionista”, diz.

Nesse sentido, Bava descarta ainda aquisições pela proximidade geográfica, referindo que isso poderá acontecer “por modelo de negócio e carteira de serviços. As ideias não têm fronteiras. As autoestradas da informação criadas com a fibra matam a distância. O que precisamos são ideias criativas para continuar aumentando a relevância dos nossos serviços junto aos clientes e apoiar nosso crescimento futuro”.

A Oi vai seguir o modelo de negócio e a partilha de boas práticas da PT, diz Bava “para garantir que a experiência acumulada com os fortes investimentos efetuados em novas tecnologias em Portugal reduza o risco de execução operacional na Oi”. 

Em termos de prioridades para a Oi, “a primeira é melhorar o fluxo de caixa, a companhia precisa reduzir sua dívida. E não é um assunto financeiro, e sim estratégico: uma companhia que não tenha flexibilidade financeira não é competitiva. Por isso, se quiser estar competindo, inovando, investindo, é importante ter um balanço e um fluxo de caixa forte. No terceiro trimestre conseguimos reduzir a dívida pela primeira vez em oito trimestres. Em segundo lugar, consolidar nosso modelo de negócio e sermos campeões em produtividade. E a terceira é continuar crescendo”.

Relativamente à situação econômica em Portugal, considera que “houve muitos sacrifícios, mas os indicadores econômicos sugerem que as medidas começam a dar resultados”, com as pequenas e médias empresas (PMEs) “cada vez mais competitivas, e as exportações continuam surpreendendo positivamente todos os meses”.
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