A britânica Vodafone, uma das maiores empresas de telefonia do mundo, anunciou formalmente na quinta-feira (21), sua chegada ao Brasil. A empresa atuará no mercado de M2M (machine-to-machine) e voz no segmento corporativo, por meio de uma parceria com a Datora Mobile, divisão da paulistana Datora Telecom. A Datora Mobile passa a se chamar agora Vodafone Brasil.
O Brasil é 50º país em que a Vodafone faz esse tipo de parceria. A empresa, segundo Ravinder Takkar, diretor da área de mercados parceiros, vai trazer ao País o conhecimento e a tecnologia que a companhia tem desenvolvido no exterior. “Nossos clientes têm cada vez mais pedido esse tipo de serviço, e acho que há uma boa oportunidade para nós no Brasil.”
O objetivo, segundo o executivo, é atender empresas estrangeiras que desejam atuar ou expandir seus negócios no Brasil e as brasileiras que queiram crescer no exterior. Hoje, a empresa tem 1,5 mil clientes corporativos pelo mundo. Vários deles já estão no Brasil, mas são atendidos por outras operadoras. M2M, o principal negócio da Vodafone Brasil, é o nome que se dá para a tecnologia que conecta diferentes máquinas por meio de uma rede. Ela é usada em rastreamento de veículos e em máquinas de cartão de crédito, por exemplo.
No Brasil, foram registrados em outubro de 2013 mais de 8 milhões de terminais de dados M2M, alta de pouco mais de 1 milhão em relação ao número de janeiro. Trata-se de um crescimento relativamente baixo. Uma das justificativas, no entendimento do mercado, está na taxa de fiscalização imposta pelo governo para as “estações de telecomunicações”, que afeta a rentabilidade das empresas do segmento.
Para o gerente de telecom da consultoria Frost&Sullivan, Renato Pasquini, o desafio da Vodafone Brasil será investir também em outros tipos de soluções M2M, como sistemas de gerenciamento, medidores de energia inteligentes ou serviço de entretenimento para carro. Hoje, a Datora Mobile tem clientes no setor de rastreamento de veículos e de máquinas de cartão, também atendido pelas operadoras tradicionais. A Claro é a líder nesta área. “A próxima fronteira é realmente a comunicação entre todas as máquinas”, diz Pasquini. Discute-se no Brasil, por exemplo, um sistema em que os carros saiam da fábrica com um chip para rastreamento.
A Vodafone tem também uma parceira no Chile, a Entel, há cinco anos. As especulações sobre o que a empresa poderia fazer na América Latina cresceram depois da venda de sua fatia na Verizon por US$ 130 bilhões. A compra da TIM chegou a ser aventada. A companhia não comenta o assunto.