Um grupo formado por 12 bancos, nacionais e estrangeiros, comprometeu-se com a Oi a captar entre R$ 6 bilhões e R$ 8 bilhões no mercado para a compra de ações da nova companhia, formada na fusão com a Portugal Telecom no ano passado.
Essa participação equivale a, no mínimo, 15% da nova empresa, que terá apenas ações com direito a voto, nas Bolsas de São Paulo, Nova York e Lisboa, mas apenas após a injeção de recursos definida pelo acordo de fusão.
Credit Suisse, Banco Espírito Santo, Merrill Lynch, Barclays e BTG Pactual, que lidera o sindicato de bancos, se comprometeram a levantar mais recursos, algo em torno de 12% do total cada um.
Itaú, Bradesco, Citibank, Santander, Votorantim, Banco do Brasil e o português Caixa Geral de Depósitos terão participação menor.
As 12 instituições deram “posições firmes” para a Oi de que a operadora receberá até R$ 8 bilhões.
Mas o compromisso não significa, necessariamente, desembolso. Isso porque, nesse processo, os bancos buscarão investidores interessados em se tornar acionista da Oi. Caso não consigam atrair 100% do combinado com a Oi, cada banco desembolsa a diferença e se torna acionista na proporção de seu peso no sindicato.
Essa transação foi arquitetada pelo presidente da Oi, Zeinal Bava, que já tinha trânsito com os principais bancos de investimento do mundo. Quando presidia a Portugal Telecom, Bava reuniu, em um evento, investidores com mais de US$ 1 trilhão em recursos aplicados no mundo, inclusive na PT.
Alguns deles apostam que o executivo conseguirá “sanear” a Oi, reduzindo o endividamento de R$ 30 bilhões e fazendo caixa para investimentos. Assim, a empresa pode retomar a disputa com a Telefônica, dona da Vivo; a Claro, do bilionário mexicano Carlos Slim; e a TIM, que pode ser vendida pela Telecom Italia para redução do endividamento da matriz.
Com R$ 6 bilhões, a Oi já completará sua capitalização de R$ 14 bilhões (resultado da fusão com a PT).
Havia dúvidas de que a Oi teria sucesso, já que até o governo, via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) recusou-se a liberar mais recursos para a empresa, da qual ele é sócio. O recado da presidente Dilma foi claro: uma solução de mercado para a companhia.