Esta sexta-feira, 21, era o último dia do prazo para que os testes de campo em Pirenópolis (GO) para avaliar a convivência entre a TV digital e o 4G na faixa de 700 MHz fossem concluídos. Apesar de todo o esforço para que o cronograma fosse cumprido, não foi possível realizar todas as medições e a Anatel deverá alongar o período de testes.
Foram diversos contratempos que impediram que os testes ocorressem no prazo. Mas os atrasos começaram ainda na fase de configuração dos equipamentos, chamada de pré-teste. Esse período deveria ter durado até dezembro, mas consumiu todo o mês de janeiro e um bom pedaço de fevereiro. Segundo apurou este noticiário, apenas na última semana os testes ganharam um bom ritmo.
Houve dificuldades na configuração da estação radiobase (ERB) LTE da Huawei e até agora não foi possível fazer as medições de interferência considerando o funcionamento da estação a plena carga. Segundo relatos de pessoas que acompanham os testes, o equipamento não segura mais de 1 minuto com carga máxima (máxima potência com a taxa máxima de transmissão de dados). Outros fabricantes poderiam ter participado do teste, mas seria necessário importar os equipamentos, o que tomaria tempo e envolveria custos. Só a Huawei tinha equipamentos no Brasil, mas não tinha engenheiros familiarizados com ele disponíveis.
Fora os atrasos com a configuração dos equipamentos, a Qualcomm teve problemas com a importação dos terminais e CPEs que serão usados. Estes ficaram retidos na alfândega e chegaram a Pirenopólis apenas na semana passada.
A Oi teve problema com a fibra ótica que chega à cidade, que se rompeu. Além disso, um raio derrubou o sinal de 2G, 3G e o de 4G para o teste. “Só aí foram dois dias mortos”, diz uma fonte.
O resultado é que ainda não foram concluídas todas as medições e, por isso, a Anatel deverá prorrogar os testes. Por ora, a situação até aqui é de apreensão para os dois setores, mas ninguém tem pressa. A indústria de telecomunicações quer que seja avaliada também a interferência da TV digital no LTE em 700 MHz, até para ter segurança de quanto vai ser pago. E a radiodifusão preferiria que também fosse analisada a interferência com a estação LTE em carga máxima.
Como se sabe, foi em função desses atrasos que se optou por realizar todas as medições em campo apenas em Pirenópolis. Em Santa Rita do Sapucaí (MG) aconteceram os testes de laboratório nas dependências do Inatel, que terminaram nesta sexta, 21. Agora se inicia a fase de análise e interpretação das medições para a produção do relatório final.