A gigante das telecomunicações tem 55 diretores blindados com até quatro bônus anuais. |
O presidente da Telefónica (controladora da Vivo no Brasil), César Alierta, ganhou ao todo o equivalente a R$ 23,7 milhões em 2013, entre salários e pensão, conforme consta no relatório anual da companhia enviado à Comissão Nacional do Mercado de Valores. Dessa cifra, R$ 20,3 milhões foram em remuneração pelo exercício, mas somam-se a isso outros 3,3 milhões para o plano de previdência social e R$ 337.000 em seguro de vida.
Depois de Alierta, os dois diretores mais bem pagos da companhia são o executivo-chefe José María-Álvarez Pallete e o presidente da Telefónica América Latina (diretor de Estratégia, no novo organograma), Santiago Fernández-Valbuena. Álvarez Pallete ganhou o equivalente a R$ 13,7 milhões, e Fernández Valbuena obteve 9,4 milhões. A quarta executiva mais bem remunerada é Eva Castillo, que era presidenta de Telefônica Europa e recebeu R$ 6,8 milhões.
Se forem levados em conta os bônus cobrados em 2013 (correspondentes aos objetivos de 2012), a não os ainda por receber, que serão saldados neste ano, a remuneração fica em R$ 22 milhões para Alierta, 17,8 milhões para Pallete, 9,7 milhões para Valbuena e 10 milhões para Castillo.
Da remuneração de Alierta, o equivalente a R$ 7,24 milhões foram como salário fixo por seu trabalho como executivo; 779.000 como remuneração fixa por sua participação no conselho como presidente, e R$ 259.600 pela participação em comissões do Conselho de Administração. A essa cifra somou-se um bônus, ou retribuição variável em curto prazo, de R$ 1,35 milhões. Esse é o bônus correspondente aos objetivos de 2012, pago em 2013. O bônus a pagar neste ano será de R$ 9,9 milhões. Além disso, Alierta recebeu em 2013 o equivalente a R$ 664.212 por outros itens, entre os quais se incluem remunerações em espécie, como o seguro médico geral e o dentário.
A essa remuneração de R$ 20,3 milhões se somam R$ 27.269 em contribuição ao plano previdenciário geral e 3,3 milhões para o plano de previdência dos diretores, criado em 2006 e financiado exclusivamente pela companhia para complementar o plano de pensões em vigor. Para isso, a empresa faz contribuições equivalentes a um determinado percentual da remuneração fixa do diretor.
Quanto a Álvarez-Pallete, seu salário fixo foi de R$ 6,2 milhões, mais um bônus de 5,2 milhões (que neste ano subirá para 9,4 milhões), 416.498 euros por outros itens, contribuições previdenciárias de 1,8 milhão e R$ 129.308 em seguro de vida. Valbuena, por sua vez, ganhou o equivalente a R$ 4,15 milhões em salário fixo, 4,4 milhões em bônus (neste ano receberá 4,67 milhões), 643.480 por outros itens, 89.342 em pensões e 9.827 reais em seguro de vida.
A terceira conselheira executiva, Eva Castillo, foi nomeada presidenta da Telefónica Europa em 17 de setembro de 2012, quando começou a desempenhar essas funções executivas. Por esses três meses e meio cobrou um salário equivalente a R$ 5,2 milhões. Castillo recebeu, além disso, um bônus de 1,05 milhão (o bônus a ser pago neste ano será de 4,74 milhões), R$ 161.435 por outros itens, 124.475 das filiais, 1,28 milhão em pensões e R$ 64.268 em seguro de vida. Ao todo, R$ 6,8 milhões.
Quanto aos conselheiros sem funções executivas, o mais bem pago é Alfonso Ferrari, com R$ 1,72 milhão, seguido por Julio Linares, com R$ 1,7 milhão, e por Javier de Paz, que recebeu 1,62 milhão, todos eles somando-se os pagamentos da matriz e das filiais.
A remuneração total paga aos conselheiros da Telefónica no exercício de 2013, apenas levando-se em conta o desempenho dessas atividades, foi de R$ 11,36 milhões, entre pagamentos fixos e adicionais, o que significa uma redução de 12,1% com relação ao ano anterior. Levando-se em conta os salários fixos e variáveis dos conselheiros executivos, a remuneração total do conselho da Telefónica no exercício de 2013 foi de R$ 80,2 milhões.
Em seu relatório de governança corporativa, a companhia observa que tem 55 diretores aptos a receberem indenizações, cláusulas de garantia ou blindagem por mudança de controle. Para os conselheiros executivos, a compensação econômica pactuada pela extinção da relação, quando aplicável, pode alcançar quatro anuidades, dependendo do tempo de trabalho na companhia. Cada anuidade compreende a última retribuição fixa e a média aritmética das duas últimas retribuições variáveis anuais recebidas por contrato. Para Eva Castillo, que formalizou seu contrato depois de 2006, contemplava-se uma indenização equivalente a duas anuidades de remuneração.
Para os membros da alta direção, a compensação econômica pactuada por extinção da relação, quando aplicável, consiste em até três anuidades e uma a mais conforme o tempo de casa.
Além disso, há outros diretores que não são membros da alta direção, mas que também contam com blindagens, dependendo das circunstâncias pessoais, profissionais e do tempo de assinatura do contrato. Essa compensação consiste, geralmente, em uma anuidade e meia.