Foi identificada há cerca de duas semanas uma anomalia no subsistema de potência do satélite Amazonas 4A da Hispamar, controlada pela Hispasat e que tem a Oi como sócia. Segundo a Hispamar, a função do subsistema de potência está relacionada ao fornecimento de energia elétrica para os equipamentos eletrônicos do satélite. Agora, o grupo Hispasat e a Orbital, empresa que construiu o satélite, estão “investigando a causa desta anomalia e implementando ações corretivas”.
Nesta semana, em conferência de resultados do primeiro trimestre da Orbital, seu CEO, David Thompson explicou que a falha parcial no sistema elétrico detectada há duas semanas, se não puder ser corrigida, “provavelmente reduzirá a capacidade de transponder do satélite durante sua vida operacional estimada de 15 anos”. Os testes e tentativas de correção da falha devem durar ainda algumas semanas.
Em comunicado, a Hispamar informa que uma falha ou atraso no funcionamento do Amazonas 4A “teria um impacto econômico mínimo para o grupo Hispasat, uma vez que o satélite conta com um seguro que cobre todos os possíveis incidentes” e que “há um plano de contingência previsto” para garantir a continuidade dos serviços a seus clientes.
O Amazonas 4A foi lançado em 24 de março e estava em uma posição orbital geoestacionária provisória para a realização de testes. Apenas após a conclusão dos testes o satélite seria movido para sua posição definitiva, a 61°W, onde já se encontra o Amazonas 3. O lançamento do satélite originalmente estava programado para o dia 06 de dezembro de 2013, mas uma anomalia nos testes havia feito a Hispamar adiar essa data para o último dia 22 de março.
O 4A é um satélite inteiramente em banda Ku (são 24 transponders de 36 MHz) e foi desenhado para ampliar a oferta de serviços audiovisuais na América Latina, com destaque para a demanda gerada pelos grandes eventos esportivos sediados no Brasil este ano e em 2016. O investimento total no Amazonas 4A somou 140 milhões de euros (mais de R$ 433 milhões). Com a falha, provavelmente o satélite terá que ter menos transponders ativados, mas a avaliação final sobre grau do comprometimento depende dos testes a serem feitos agora.
O satélite Amazonas 3, que poderia ser complementado com o Amazonas 4A por utilizar a mesma posição, é utilizado principalmente pela Media Networks para prover conteúdos de TV paga para diversas operadoras de TV por assinatura no Brasil, incluindo a Vivo TV, CTBC e a própria Oi TV, que está aos poucos migrando para o seu satélite próprio SES-6.
A utilização do 4A como complemento ao Amazonas 3 dependeria de alguns ajustes técnicos, já que o Amazonas 4A opera em outra frequência (BSS), diferente do Amazonas 3 (FSS). Não se sabe se a Media Networks já tinha contrato de uso do Amazonas 4A e se isso compromete ou não seus planos de expansão de capacidade.
Com informações corrigidas de Teletime.