A Vivendi controla no Brasil a GVT e a operação envolvendo a SFR deve ser benéfica para a companhia no Brasil, já que não deve haver mais uma pressão para a venda de novos ativos, como a GVT. |
A francesa Vivendi anunciou que optou por aceitar a oferta da Altice para comprar sua operadora móvel na França, a SFR. Pelo acordo, a SFR vai fundir com a subsidiária da Altice de serviços prestados por cabo, a Numericable e o conglomerado francês de mídia e telecom receberá 13,5 bilhões de euros, bem como 20% de participação na nova empresa. O valor global da operação é estimado em 17 bilhões de euros.
Além da oferta da Altice, a Vivendi também recebeu uma proposta da Bouygues Telecom. A escolha levou oito sessões e contou com apoio de banqueiros e advogados, explicou a companhia dona, no Brasil, da GVT. De acordo com o comunicado oficial, a oferta da Altice oferece maior potencial de crescimento, geração de maior valor para os clientes, funcionários e acionistas.
Para a Vivendi, a convergência fixo/móvel possível a partir da fusão da Altice com a SFR envolve grande sinergia, ganhos de otimização de infraestrutura e oportunidade de oferta quadruple-play, além de estar em linhas com os planos do governo francês. A Altice ainda responde ao requisito da Vivendi de manutenção de empregos, conforme exigência do governo francês.
Ainda, os especialistas consultados para a tomada de decisão apontaram que a fusão entre a Altice e a SFR apresenta menores riscos competitivos, uma vez que as empresas atuam em segmentos de mercado distintos e duas atividades são complementares. A participação de 20% na nova empresa, fruto da fusão, valerá, de acordo com estimativa da Vivendi, 750 milhões de euros, no futuro.
A Vivendi agora inicia os procedimentos para obter autorização das autoridades relevantes. A companhia informará na reunião de acionistas, dia 24 de junho, como a transação foi conduzida.
Para a GVT, operadora de serviços de telecomunicações no Brasil, é positivo que a Vivendi, sua controladora, tenha chegado a um acordo para a venda da SFR, uma vez que diminui a pressão de fluxo de caixa da francesa, que recentemente se desfez de diversos ativos com esse fim.
No entanto, com mais essa transação, a Vivendi conclui a venda de todas as suas operações de telecomunicações, com exceção da GVT, a única a restar no cesto. Alguns analistas entendem que a operadora de cabo e TV por satélite no Brasil torna-se, assim, uma estranha no ninho do conglomerado francês que claramente optou por avançar no setor de mídia e entretenimento e tirar o pé das telecomunicações.
No ano passado, a Vivendi considerou a venda da GVT, mas, segundo relatos divulgados na imprensa, não obteve o valor esperado pelo ativo.
Com informações de Telesíntese.