A Telco é a maior acionista da Telecom Italia, detentora da marca TIM no Brasil. Decisão do banco beneficia o Grupo Telefônica. |
O banco italiano Mediobanca foi o primeiro a exercer seu direito de saída da Telco, acionista majoritária da Telecom Italia (controladora da TIM), em favor da Telefónica (controladora da Vivo), e principal acionista da Telco. Um comunicado divulgado pelo banco informa que a instituição financeira vai vender suas ações na holding e permanecer apenas com uma participação direta de 1,6% na italiana.
A medida faz parte do acordo assinado entre a espanhola Telefónica, que possui 66% da Telco, e suas três sócias italianas (além da Mediobanca, que possuía 7,34%; Intesa Sanpaolo, com a mesma fatia; e Assicurazioni Generali, com 19,32%), em setembro. O período permitido pelo contrato vai até dia 30 e pode dissolver a holding.
Segundo o Mediobanca, sob a cotação atual das ações da operadora italiana, o ganho com a alienação será de 110 milhões de euros, no total. A venda, contudo, ainda precisa ser aprovada por órgãos regulatórios. O processo, disse o banco, faz parte da estratégia de reduzir a sua exposição a participações em empresas.
Com o anúncio, o Mediobanca se junta à seguradora conterrânea Assicurazioni Generali, que na semana passada aprovou a saída da Telco. Procurada pela imprensa, a seguradora não quis informar se o fará nesta atual janela ou na próxima, que vai de 1º a 15 de fevereiro de 2015. Intesa Sanpaolo, o outro sócio da Telco, não respondeu aos pedidos de entrevista.
Se a holding majoritária no capital da Telecom Italia de fato for dissolvida, a Telefónica se tornará o maior acionista da rival, com cerca de 15% de poder de voto. O maior problema reside no Brasil, onde a espanhola controla a Vivo e, indiretamente, passará a controlar a TIM, que pertence à Telecom Italia. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já se manifestou contra a operação.
O mercado especula se a solução a ser adotada pelas companhias será vender o controle da TIM a terceiros ou cindir a operadora e dividi-la entre as três principais concorrentes – além de Vivo, Claro e Oi. A Telecom Italia já garantiu, porém, que não quer perder a operação brasileira.
Com informações de Valor Econômico.