Claro, TIM e Vivo, nesta ordem, apresentaram as melhores propostas e todas levaram faixas de frequência a nível nacional. |
Na abertura dos envelopes para o primeiro dos seis lotes de telefonia de quarta geração (4G) na faixa de 700 MHz, a Claro ofereceu a melhor proposta, de R$ 1,947 bilhão. O valor apresentado pela empresa representa ágio de praticamente 1% ante R$ 1,927 bilhão definido como preço mínimo da outorga para cada um dos três lotes nacionais.
A Claro, que já tem cobertura 4G em 92 municípios, comemorou o resultado. ”Atingimos o nosso objetivo com a aquisição da frequência que nos permitirá manter o compromisso com os nossos usuários em oferecer a melhor experiência em serviços de telecomunicações do País”, afirmou o presidente da operadora, Carlos Zenteno, em nota.
O segundo lote ficou com a TIM por praticamente o mesmo valor da Claro (R$ 1,928 bilhão). “A frequência de 700 MHz será muito importante para a ampliação da rede de dados móveis no País oferecendo aos clientes uma qualidade de navegação ainda melhor na quarta geração, e permitindo que o serviço chegue a um maior número de usuários”, afirma Rodrigo Abreu, presidente da TIM Brasil, em nota.
O terceiro lote foi arrematado pela Vivo, pelo preço mínimo de outorga (R$ 1,927 bilhão). “Com a aquisição de hoje, a Telefônica Vivo atinge seu objetivo de garantir o espectro necessário à expansão do serviço de 4G a médio e longo prazos, atendendo assim à crescente demanda por acesso móvel à web em alta velocidade”, afirmou em nota o presidente, Antonio Carlos Valente.
Dos seis lotes, três têm abrangência nacional. O quarto lote abrange todo o território nacional, menos as áreas destinadas aos lotes 5 (87 municípios de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo) e 6 (municípios de Londrina e Tamarana, no Paraná).
TIM, Claro, Vivo e Algar Telecom entregaram propostas para disputar quatro lotes nacionais de 10 MHz cada e dois regionais. No entanto, a Algar Telecom não participou da disputa destes três primeiros lotes por não ter apresentado garantia de proposta.
A Algar Telecom apresentou proposta de R$ 29,567 milhões pelo lote 5 de frequência do leilão de 4G na faixa de 700 megahertz (MHz). A proposta ficou apenas R$ 7 mil acima do preço mínimo, de R$ 29.560.738,00. A frequência arrematada tem abrangência regional, correspondente à área de concessão da própria empresa, e tem capacidade de 10+10 MHz.
Claro, TIM e Vivo não podiam disputar esse lote. A Algar Telecom atua na região do Triângulo Mineiro. O lote 5 foi criado pela Anatel para que a companhia pudesse fornecer o 4G em sua área de serviço.
Por sua vez, o lote 4, de abrangência regional, correspondente a todo o País, menos as áreas de concessão da Algar Telecom e da Sercomtel (Londrina-PR) não recebeu nenhuma proposta válida. Por isso, ele voltará na segunda fase do leilão, dividido em dois blocos de 5+5 MHz (lotes 13 e 14). Nessa fase, todas as empresas podem voltar a dar lances. Porém, temos a informação de que essa segunda fase do leilão acabou sem propostas.
Arrecadação abaixo da esperada pelo governo
A expectativa do Governo Federal era de arrecadar até R$ 8,2 bilhões com a venda dos lotes de telefonia 4G. Essa estimativa considerava que os quatro principais lotes da licitação seriam arrematados, o que acabou não ocorrendo após a Oi ter desistido de participar do leilão. Portanto o lote 4, um dos principais lotes e que provavelmente seria da Oi, até agora está sem dono. Com preço mínimo exigido de R$ 1,893 bilhão, chegou a ser subdividido e oferecido pela metade do preço, mas ainda assim nenhuma empresa mostrou-se interessada.
O resultado ficou 30% abaixo do esperado, pois o leilão 4G arrecadou R$ 5,851 bilhões de reais hoje. O ágio (valor pago acima do valor mínimo exigido no edital) foi de apenas 0,66%. Juntos, os lotes 1, 2, 3 e 5 tinham preço mínimo de R$ 5,813 bilhões.
O Ministério da Fazenda contava com a receita extraordinária do leilão de 4G para ajudar a fechar as contas públicas deste ano. A arrecadação efetiva do governo, no entanto, será ainda menor e vai cair para R$ 4,977 bilhões. Conforme explicou o presidente da Anatel, João Rezende, haverá um desconto de R$ 874,3 milhões, correspondente ao aumento do rateio das obrigações das teles com os radiodifusores devido ao fato de a Oi não ter participado do leilão.
Com informações de R7 e Estadão.