Fontes afirmam que a operadora está mesmo interessada em investir no Brasil e expandir o seu negócio de telecomunicações ao unir operação com a Oi. |
Sabemos o quanto pode ser chato ler rumores sem vê-los se concretizarem. Mas nós, como site de informações sobre telecomunicações, não poderíamos deixar passar mais uma informação que circula na imprensa do mundo todo sobre a possível fusão entre TIM e Oi.
Uma fonte com conhecimento do assunto teria dito a Reuters nesta sexta-feira (03) que a operadora TIM contratou o banco Bradesco para analisar uma oferta para compra da rival Oi.
A Telecom Italia, controladora da TIM, usaria sua subsidiária como um veículo para adicionar toda ou parte dos ativos da Oi em uma eventual compra, disse a fonte, que pediu para não ser identificada porque a questão é confidencial. TIM e Bradesco não comentaram.
O Bradesco foi um dos assessores da TIM em sua oferta rejeitada de compra da operadora de banda larga GVT, adquirida pela espanhola Telefónica/Vivo recentemente. O mandato do Bradesco com a TIM foi primeiro informado pela Bloomberg nesta sexta.
Uma eventual compra da Oi permitirá que a Telecom Italia fortaleça sua posição no mercado altamente competitivo no país, que passa por consolidação e enfrenta desaceleração econômica e declínio de margens.
O fato é que a Telecom Italia avalia, sim, estratégias para continuar crescendo no mercado brasileiro, mas apenas um processo de ‘due dilligence’ na Oi poderia assegurar um sinal verde para que a italiana prosseguisse com o negócio, já que os riscos envolvidos são altos. Além do alto endividamento de 14 bilhões de euros, a Oi traz consigo o peso regulatório da concessão de telefonia fixa, com obrigações de universalização nos rincões do Brasil – algo de que a TIM está livre no momento.
Uma segunda fonte próxima ao tema disse que o controle da Oi permitirá à TIM se tornar a maior operadora integrada de telecomunicações do Brasil. “É o ativo certo para se olhar, mas é mais fácil dizer do que fazer”, disse a outra fonte, que também pediu para não ser identificada.
Os benefícios para a TIM seriam, basicamente, conseguir um backbone nacional de fibra ótica com maior capilaridade em redes metropolitanas e pode oferecer pacotes quad-play, adicionando o serviço de TV por assinatura a seu portfólio. A operação de DTH da Oi chegou a um milhão de clientes em setembro.
Chega a se especular que a Oi já prevê ser fundida no futuro com a TIM, tanto que preferiu não gastar dinheiro à toa na compra de lote de frequência da faixa de 700 MHz para o 4G, visto que poderá herdar a rede adquirida pela operadora controlada pela Telecom Italia.
O analista da HSBC Securities Luigi Minerva disse que a TIM parece estrategicamente mais fraca do ponto de vista concorrencial na comparação com Oi, Telefónica (Vivo) e América Móvil (Claro), já que não conta ofertas de TV e telefonia fixa amplas o suficiente para vender pacotes de serviços.
As ações da TIM fecharam em alta de 0,24%, a R$ 12,50 nesta sexta-feira. As ações preferenciais da Oi subiram 4,49%, para R$ 1,63.
Mas pode ser muito cedo para dizer se a Oi, que no mês passado contratou o grupo BTG Pactual para analisar uma possível oferta conjunta pela TIM com a América Móvil, poderia sair de compradora para comprada, disseram Minerva e outros analistas.
O BTG Pactual queria adicionar a Claro e a Vivo por uma oferta conjunta pela TIM, mas a última está focada na incorporação da GVT em sua plataforma, disse no mês passado à Reuters uma fonte com conhecimento direto do tema.
“Está claro que a TIM precisa avaliar a situação financeira da Oi com cuidado. Mais uma vez, é uma questão de preço”, disse a segunda fonte.
Com informações de Info e Teletime.