Péssimo desempenho é atribuído ao abandono do segundo chip pelos brasileiros devida a fraca economia e aplicativos de mensagem. Analise os dados completos. |
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgou os dados mais recentes do setor de telefonia celular do Brasil. Referentes ao mês de agosto, os dados apresentam um número estarrecedor para o mercado: todas as quatro principais operadoras brasileiras perderam clientes. Mas não foi uma simples perda. Juntas, Vivo, TIM, Claro e Oi viram mais de 1,5 milhão de chips ativos virarem pó.
A empresa que mais contribuiu para este resultado negativo foi a Vivo, com perdas que chegaram a 768 mil usuários. Com esse desempenho tão vexatório, a operadora do grupo de telecomunicações espanhol Telefónica viu sua participação de mercado recuar 0,13%, para 29,08%.
A TIM viu mais de 636 mil clientes irem embora. Esse desempenho fez a operadora do grupo italiano Telecom Italia despencar 0,09% no mercado de celular brasileiro, para 26,21%.
A Claro também sofreu, apresentando mais de 161 mil terminais cancelados. Porém, os números medianos do braço de comunicação do grupo mexicano América Móvil no Brasil não fizeram sua participação de mercado cair. Pelo contrário. A perda das suas duas principais concorrentes foi tão grande que a Claro ganhou 0,07% de fatia, indo para 25,43%.
A Oi foi a que sentiu menos o impacto da desativação em série de chips, perdendo somente pouco mais de 4 mil acessos. A operadora brasileira foi a que mais ganhou terreno. Atualmente com 17,87% do total de clientes de celular, o mês de agosto adicionou 0,09% deste saldo.
O fato é que só Nextel e Algar Telecom se salvaram em agosto. A Nextel ganhou força com seus planos pós-pagos montáveis de acordo com a necessidade do consumidor, e acabou atraindo mais de 123 mil clientes. Esse bom desempenho rendeu um discreto avanço da operadora do grupo norte-americano NII Holdings: uma subida de 0,04% de market share e alcançando 0,80% de domínio do setor.
A Algar Telecom também cresceu, mesmo que pouco: foram computados quase 7 mil usuários a mais na sua base e 0,01% a mais de participação de mercado. A pacata operadora, que chega a apenas seis estados brasileiros (e o Distrito Federal), possui atualmente 0,46% do setor mobile.
Preparamos gráficos (abaixo) para ilustrar tudo o que foi informado (acima). Você pode passar o mouse por cima do infográfico para visualizar números detalhados:
A consultoria em telecomunicações Teleco explica essa perda de mais de 1,5 milhão no total geral do mercado de telecomunicações brasileiro como um abandono dos consumidores ao segundo chip dos seus aparelhos celulares. Com uma economia fraca e o aumento do uso de aplicativos de mensagens instantâneas e chamadas pela internet (VoIP), os usuários não estão vendo a necessidade de manter dois ou mais chips ativos e com crédito.
É por isso que a quantidade de números pré-pagos (cartão) desativados em apenas 30 dias foi tão grande: 2 milhões. Apesar de terem perdido tanto no pré-pago, as principais teles conseguiram converter um bom número de clientes para o pós-pago (conta). No geral, foram feitas cerca de 535 mil contratações de planos de conta, o que ajudou a diminuir um pouco o número de perdas totais. 74,29% ou 208 milhões de celulares do país são cadastrados em planos pré-pagos, enquanto 72 milhões ou 25,71% tem uma cobrança mensal pós-paga.
Os celulares com tecnologia 4G já chegam perto dos 17 milhões. Só em agosto, quase 2 milhões de linhas LTE passaram a fazer parte deste número. Esse crescimento já é maior que o do 3G, que apresentou adições líquidas de 344 mil acessos durante o mesmo mês. Ainda neste mesmo período, o número de acessos GSM (2G) teve subtraídos quase 5 milhões de celulares.
O Brasil fechou o mês com 280,02 milhões de linhas móveis ativas. Isso representa 136,86 números de celular diferentes para cada 100 pessoas, segundo estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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