22/12/2024

GVT já tem data para virar Vivo

Marca de Vivo e GVT já aparecem juntas em materiais publicitários há alguns meses. Sindicatos protestam contra processo de fusão.


O grupo de telecomunicações espanhol Telefónica já trabalha com a data de 2 de abril de 2016 para a virada de marca da operadora de serviços fixos GVT (Global Village Telecom) para a empresa de serviços convergentes Vivo – maior operadora de celular do país, seja em número de clientes quanto em faturamento.

A partir de 2 de dezembro, ou seja, quatro meses antes da mudança, a equipe da GVT vai iniciar uma campanha de divulgação das novidades. O público-alvo dos avisos serão inicialmente os seus próprios clientes, que receberão informações na fatura sobre a troca de CSP (Código de Seleção de Prestadora), necessário para efetuar chamadas de longa distância, que será trocado de 25 (o código atual da GVT) para 15 (o código da Telefônica/Vivo).

Mas não é só o CSP que vai mudar! A marca da Vivo já começou a aparecer aos poucos nos informes publicitários da GVT. Nos comerciais de TV, por exemplo, a marca d’água da GVT aparece junto com a logo da Vivo com o letreiro: “GVT, agora com a Vivo”. Outdoors e panfletos com divulgação de ofertas, além dos banners inseridos no site da operadora fixa, também já contém ambas as marcas.
Um novo slogan também está saindo do forno para ser utilizado pela Vivo com a incorporação da GVT: “Vivo. Maior que antes, melhor que nunca”.

Quem possuir decodificador de TV fechada, modens e roteadores de internet banda larga com a marca da GVT, obviamente não vai precisar trocar por um com o nome ‘Vivo’. No entanto, a partir de 2 de abril, todos os equipamentos digitais da operadora já começarão a sair dos depósitos com o adesivo da sua nova dona.

É esperado ainda que a Telefônica Brasil una as centrais telefônicas e os sites web de Vivo e GVT em apenas um canal de relacionamento com o cliente, mas quando isso deve ocorrer ainda não chegou a ser confirmado pela companhia.

Sindicatos revoltados
Apesar de a união estar sendo anunciada como ótima para o consumidor por ambas as empresas, o mesmo não se pode dizer dos funcionários que integram o grupo. Grande parte dos sindicatos dos trabalhadores de telecomunicações do país estiveram publicando em suas revistas e jornais internos um texto contra o novo presidente da Vivo, Amos Genish, que fundou a GVT.

Podemos utilizar como exemplo a publicação do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações de Pernambuco (Sinttel-PE). Além de recusa da operadora em efetuar reajustes nos salários de seus empregados de acordo com o que pede os sindicatos – incluindo remuneração de especialistas, gerentes e diretores – o plano de saúde dos funcionários em São Paulo foi trocado “por outro bem simples”, afirma o Sinttel.


O artigo publicado pelos sindicatos e distribuído para os funcionários do setor é tão raivoso, que é finalizado da seguinte forma:

“Isso [a mudança de plano de saúde] é praticamente uma declaração de guerra e os trabalhadores paulistas estão muito revoltados e contam com a solidariedade do restante do país, pois o plano ABET sempre os atendeu bem. É muita falta de bom senso. As coisas já estão difíceis e ainda vem o novo presidente [Amos Genish] querer tornar a situação insuportável. Como ele já foi militar, até parece que só entende de guerra. Se é assim, então, vamos ao combate!”

A Telefônica/Vivo/GVT não comentou as reivindicações e críticas negativas dos trabalhadores e seus representantes.

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