Ligações ilimitadas no celular são o motivo da queda de fixos?

Em abril de 2017, a Claro desencadeou um benefício que, até então, era novidade entre os clientes das maiores operadoras do Brasil: deixou de cobrar por ligações em todos os planos pós-pagos, independentemente da operadora a receber a chamada. Não demorou muito para a Oi fazer o mesmo, assim como a TIM, com o lançamento do TIM Black, e, um pouco atrasada, a Nextel, com minutos ilimitados em todos os planos. Ficou de fora somente a Vivo, que lançou o benefício para poucos estados.

E então, as operadoras parecem querer ir além quando o assunto é voz. No começo de agosto, a TIM anunciou ser a primeira a retirar qualquer tipo de limitação em chamadas nacionais para os clientes de um de seus planos controle. Poucas semanas depois, a Claro também.

E onde entra o fixo?

Em paralelo a essas novidades, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgou que o Brasil registrou 100 mil linhas fixas a menos em junho, quando aconteceu o último levantamento. Mas, afinal, são as ligações ilimitadas no celular que causam essa queda cada vez mais frequente?

É bem verdade que os usuários de telecom esperam ansiosamente mesmo pela oferta de internet ilimitada, que, até então, não foi anunciada por nenhuma operadora brasileira. Até nos Estados Unidos, onde já há esse tipo de oferta, o ilimitado parece ter limitações, conforme divulgamos nesta terça-feira (22).

Mas será que o benefício de ligações para qualquer operadora, sem se preocupar com os minutos, não vale a pena para os consumidores? Se pensarmos bem, com esse recurso, fica cada vez mais difícil encontrar uma utilidade para os telefones fixos, que podem ser descartados facilmente, uma vez que o principal uso, de ligações, acaba sendo substituído: por um serviço móvel e com internet agregada.

Ainda quando estão presentes em nossas casas, os fixos parecem ficar encostados e sem utilidade. Pior é quando chegam a atrapalhar a rotina dos brasileiros, que recebem inúmeras chamadas spam todas as semanas. Neste cenário, como esperar que o fixo possa dar a volta por cima? Aparentemente, esse tipo de serviço passa a ser necessário apenas para empresas, que ainda priorizam um telefone fixo para os funcionários.

Combo: contratamos pela vantagem ou pela obrigação?

Moradores, mesmo, costumam manter a linha por um simples motivo: combo! Ou seja, você pode até contratar o serviço de banda larga para a sua casa, mas, para justificar aquele valor mínimo presente na fatura, você contrata, junto, o serviço de telefone fixo. Afinal, o pacote fechado, segundo as operadoras durante as vendas, “compensa mais”.

Acontece que muitos fecham o tal do combo mais pelo “empurrão” do que pela opção e liberdade de escolha do que, de fato, seria melhor. Há usuários, inclusive, que alegam ter fechado o contrato de internet, TV por assinatura e telefone fixo, mas até hoje não têm um aparelho de ligações instalado em casa.

O que parece? Que os combos se tratam de supostas promoções que, em um mundo totalmente conectado, deixaram de trazer verdadeiras vantagens para os consumidores.

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