Você aceitaria que qualquer empresa tivesse acesso a uma base com os seus dados a partir do reconhecimento facial? Na Austrália, o Sistema de Verificação Facial (FVS) já é uma realidade e, agora, o governo negocia com empresas de telecomunicações e também bancos para testar, em 2018, o uso privado do serviço.
A ideia é que as empresas possam combater fraudes e confirmar as identidades de todos os seus clientes, sendo que, para funcionar, as operadoras teriam que obter uma autorização e garantir que não estariam violando nenhuma lei de privacidade. As informações são da publicação The Guardian, que teve acesso aos documentos do escritório do Ministério Público australiano.
O receio de muitos australianos, no entanto, é que os dados pessoais passem a ser compartilhados com outras pessoas e empresas, com o perigo da ferramenta não ser 100% confiável. Mas vale lembrar que, em 2017, o país começou a utilizar o reconhecimento facial em alguns sistemas, como de aeroportos. Ao invés de mostrar o documento e o passaporte, nesses casos, basta passar pelo reconhecimento no sistema e os seus dados aparecem todos ali.
O serviço para operadoras e bancos funcionaria com uma abordagem semelhante à de verificação de documentos atual, na qual as empresas pagam uma taxa toda vez que procuram verificar informações de documentos, como carteira de motorista ou passaporte.
Ainda não se sabe se a ferramenta irá para frente em outros segmentos, já que seria preciso uma avaliação mais profunda sobre privacidade e a garantia do governo de que os dados estariam seguros com essas empresas. Afinal, estariam mesmo ou poderiam ser vendidos? Seria uma obrigação se o cliente quisesse contratar determinado serviço? Se a discussão avançar, seria importante que, antes, todos esses questionamentos fossem respondidos.
LEIA TAMBÉM: