E as operadoras, como ficam com tanto conteúdo distribuído pelas plataformas de streaming? Leia o artigo do Minha Operadora sobre o assunto. |
Desde 2011, quando a Netflix foi oficialmente lançada no Brasil, os serviços de streaming de vídeo têm se popularizado cada vez mais, não só aqui como em todo o mundo. Tanto que até mesmo as operadoras de celular começaram a oferecer uma franquia de internet exclusiva para seus clientes assistirem a séries e filmes desse tipo de plataforma, como foi o caso da TIM, com Netflix.
Acontece que, com o sucesso da Netflix, que reúne títulos de diversas produtoras e também conteúdos próprios, que a fizeram aumentar seus preços em 2017, outras empresas estão tendo a iniciativa de criar suas próprias plataformas.
A Disney, por exemplo, deve tirar todos os seus filmes (incluindo produções da Marvel e Star Wars) da Netflix depois de 2019, já que vai vender seu serviço exclusivo, incluindo lançamentos originais todos os anos.
A Disney, por exemplo, deve tirar todos os seus filmes (incluindo produções da Marvel e Star Wars) da Netflix depois de 2019, já que vai vender seu serviço exclusivo, incluindo lançamentos originais todos os anos.
A HBO, que costuma incentivar muitos fãs de Game of Thrones e outras programações a contratarem as operadoras de TV por assinatura, anunciou, ainda em novembro, sua versão independente: o HBO GO.
E a Amazon Prime Video, que até então não era tão popular no Brasil, foi relançada por aqui em outubro para se aproximar do mercado brasileiro. Com a nova oferta, os serviços saem a partir de R$ 7,90 por mês.
Até então, muitos consumidores estavam gostando da ideia de assistir a filmes e séries sem precisar contratar um pacote de TV paga. Mas, com o crescente surgimento de plataformas de streaming, a pergunta que fica é: com tanto conteúdo fragmentado, qual serviço adquirir?
Para os especialistas, um outro questionamento: com essas plataformas, será que a pirataria e o consumo ilegal de conteúdos protegidos finalmente chegará ao fim?
STREAMING X PIRATARIA
Quem foi que disse que, com mais oferta de conteúdo em Netflix, Amazon, HBO Go (também vendido por Vivo e Oi) e outras plataformas semelhantes, a pirataria iria acabar? Será que as pessoas deixariam de fazer downloads em sites considerados ilegais? Optariam pelas operadoras, contratariam vários streamings diferentes ou baixariam suas séries favoritas assim que fossem lançadas pela internet?
Um estudo recente mostrou que, na verdade, o streaming está longe de acabar com a distribuição e o acesso desses conteúdos com direitos autorais.
RESULTADOS DA PESQUISA
A pesquisa foi feita por especialistas da Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, e a Universidade Católica Portuguesa, que se uniram a uma operadora (não identificada) para entender se os consumidores deixariam de acessar conteúdos ilegais com sua disponibilidade no streaming.
Foi feita da seguinte maneira: aquelas pessoas que faziam o download ilegal de conteúdos pela internet foram vinculadas à rede da operadora, que ofereceu 45 dias gratuitos para que elas assistissem aos mesmos filmes e programas que eram baixados. O resultado? Mesmo no período gratuito, o tráfego acontecia tanto na plataforma sob demanda quanto nas transferências de BitTorrent.
De acordo com os pesquisadores, os consumidores que participaram do período de testes aumentaram o consumo de TV em 4,6%, reduziram o download de vídeo em 4,2% e o upload (para assistir on-line) em 4,5%. Por outro lado, foram raros aqueles que deixaram de lado a probabilidade de usarem o BitTorrent epara baixar os outros conteúdos.
A pirataria, nesse caso, ganhou.
POR QUE A PIRATARIA CONTINUA?
O principal motivo que faz as pessoas recorrerem aos downloads é a falta de oferta de todos os conteúdos que têm interesse. Talvez fosse mesmo impossível reunir milhares de vídeos em uma só plataforma e uma só operadora, mas a questão é que, com a divisão dos conteúdos em plataformas de streaming diferentes, a tendência é que esse hábito de baixar on-line seja ainda maior com o tempo.
Afinal, o brasileiro até aceita pagar a assinatura de um pacote de TV paga. Aceita pagar os R$ 19,90 mensais para assistir Netflix. Pode até aceitar testar o HBO Go, que custa R$ 34,90 por mês, para ver suas séries favoritas. Mas quem disse que irá contratar todos os serviços? O valor, daqui a pouco, ficará até maior do que o praticado pelas operadoras.
O que pode acontecer é um efeito contrário: uma insatisfação com os serviços pela oferta cada vez maior de conteúdos próprios e menor diversidade, uma vez que as parcerias vão se dispersando. Ou, então, uma busca pela maior qualidade de conteúdos próprios de streaming, sejam produções de Star Wars (Disney), temporadas de Stranger Things (Netflix), novidades de Game of Thrones (HBO Go) ou novos canais, mais em HD e ofertas, no caso das operadoras.
Para os pesquisadores citados na matéria, a estratégia para reduzir a pirataria é, no mínimo, oferecer mais conteúdo rapidamente e a preços muito mais baixos do que os praticados atualmente.
“Essas mudanças provavelmente vão reduzir as receitas da indústria e podem prejudicar os incentivos globais para produção de novos conteúdos”, concluem, mostrando que, ainda assim, apenas uma pequena parcela da pirataria seria combatida e outras áreas sairiam prejudicadas. E ninguém 100% satisfeito.
“Essas mudanças provavelmente vão reduzir as receitas da indústria e podem prejudicar os incentivos globais para produção de novos conteúdos”, concluem, mostrando que, ainda assim, apenas uma pequena parcela da pirataria seria combatida e outras áreas sairiam prejudicadas. E ninguém 100% satisfeito.
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