A empresa de telefonia teve que ceder em vários pontos para conseguir a aceitação da proposta. |
Depois de quatro interrupções durante a assembleia e quase 15 horas de duração, o plano de recuperação judicial da Oi foi aprovado pelos credores. Porém, para conseguir os votos necessários, a companhia precisou reajustar a proposta inicial.
Agora, a Oi cederá um número maior de cadeiras no seu Conselho de Administração, além de pagar maiores taxas de juros durante a quitação da dívida.
A demora e as paralisações se deram por conta de pedidos de bancos e outros grupos para melhor análise da proposta – o argumento de que o plano inicial da Oi era complexo e impreciso era quase unânime entre os credores.
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), depois de muita polêmica e mistério, votou contra o plano. No entendimento dos representantes do órgão, a proposta da Oi sugeria que a dívida, ainda que pública, precisa ter um tratamento especial. Mas, no fim, a proposta foi aceita pela maioria.
Sendo assim, a dívida de R$ 14 bilhões que a Oi tem com a Anatel foi dividida em dois pontos: R$ 8,3 bilhões serão pagos ininterruptamente em 20 anos; e R$ 6,1 bilhões entrarão em uma carência de 20 anos, sendo pagos nos 5 anos posteriores.
Já o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social), que se tornou o único credor com garantia e tem 4,68% de ações da empresa, votou a favor da proposta. Porém, o banco fez questão de deixar claro que apenas quatro das suas exigências foram aceitas, do total de cinco. O presidente da Oi, Eurico Teles, incluiu como cláusula a ressalva do BNDES.
Por fim, a proposta aprovada prevê investimento de 100% na empresa com a venda de ativos, nos primeiros cinco anos. Já a injeção de recursos que a companhia receberá será feita até 2019, no valor total de R$ 4 bilhões.
O presidente Eurico Teles se disse emocionado, agradeceu a todos que votaram a favor do parecer e declarou a vitória conquistada como brilhante.
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