Além do programa do governo federal, Telebras fecha acordo com a Viasat para acelerar conectividade em regiões onde o sinal ainda é fraco (ou nem existe). |
O Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC), o primeiro exclusivamente brasileiro, foi lançado em maio do ano passado, mas somente agora teve seu futuro, digamos, traçado. Afinal, como a prefeitura vai utilizá-lo para melhorar a internet dos brasileiros? O que mais está sendo feito?
Neste começo de semana, na segunda-feira (26), dois acordos envolvendo o SGDC foram anunciados. Um deles referente ao programa “Internet para Todos”, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e SP, e o outro entre a Telebras e a empresa Viasat, de comunicações global, para definir a capacidade de longo prazo do satélite.
Acordo entre Telebras e Viasat
O acordo entre a Telebras e a Viasat foi assinado em 23 de fevereiro e visa o avanço no uso comercial da capacidade da banda Ka do SGDC. A ideia é levar internet de alta velocidade e acessível para comunidades não atendidas em cinturões urbanos, assim como em áreas rurais e remotas ao redor do Brasil.
À Telebras, proprietária do satélite de 58 Gbps (que traz a soma da capacidade de todos os satélites operacionais que cobrem o Brasil atualmente), fica a tarefa de implementação de políticas públicas, como o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) e outros.
Também será responsável pela entrega de infraestrutura de rede, apoio a serviços de telecom para entidades privadas ou públicas e a prestação de serviços de conectividade de internet banda larga para os consumidores finais. Mas somente onde não exista, ainda, uma oferta adequada de rede.
Chegada da Viasat no Brasil
Já a Viasat, que atua como uma das maiores operadoras de satélites do mundo e tem sede na Califórnia, nos EUA, fornecerá os serviços e equipamentos necessários, além de unir sua experiência em implantação de infraestrutura com a capacidade em banda Ka do SGDC.
Em resumo, a ideia é que a parceria acelere a entrega de internet banda larga para os brasileiros, especialmente aqueles que não contam com o serviço ou têm dificuldade de acesso, além de proporcionar mais competitividade no setor de banda larga dentro do mercado brasileiro.
A Viasat chega no Brasil, portanto, com mais oferta de serviços, produtos e preços em todas as regiões. Quanto ao prazo e a disponibilidade, os primeiros serviços da empresa norte-americana devem ser ativados em abril de 2018.
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Segundo a Telebras, a parceria foi estruturada em modelo de compartilhamento de receita, e espera-se gerar mais de R$ 3,3 bilhões em receitas nos próximos anos.
Programa Internet para Todos
Apesar da ideia do SGDC ser levar internet onde não há conectividade, outra novidade foi o acordo da Prefeitura de São Paulo com o MCTIC, para levar o programa “Internet para Todos” para a cidade, que já possui uma boa estrutura de rede.
O programa vem sendo espalhado por cidades e estados diferentes pelo Brasil, e funcionará a partir dessas parcerias com as prefeituras. No total, R$ 3 bilhões em investimentos já foram feitos no programa pelo governo federal por meio do satélite, sendo que mais de 1,5 mil municípios já aderiram ao programa.
Segundo o ministro Gilberto Kassab, para fornecer a banda larga nessas localidades onde estão fechando parceria para usar a capacidade do SGDC para uma melhor conexão, as antenas começarão a ser instaladas em maio.
Em São Paulo, por exemplo, a ideia é que, em breve, toda e qualquer localidade tenha conectividade, uma vez que cada local terá a sua própria antena. Oferecer Wi-Fi gratuito em locais públicos também é uma pretensão na cidade.
Para não perder tempo, ele promete pelo menos 200 antenas instaladas por dia. O satélite tem vida útil de 18 anos. “Cada dia que a gente perde dessa capacidade é qualidade de vida que a gente deixa de oferecer e receita que deixa de entrar nos cofres do governo federal para que ele possa repor o que investiu e guardar recursos para investir em mais satélites”, disse Kassab.
Convênios
Conforme publicou em sua página, o MCTIC também firmou parcerias com o Ministério da Defesa, para melhorar as comunicações estratégicas e o monitoramento das fronteiras brasileiras; com o Ministério da Educação, para levar banda larga para todas as escolas públicas do país, sendo 7 mil beneficiadas já em 2018; e com o Ministério da Saúde, também para expandir o acesso à banda larga em hospitais e postos de saúde.