Estudo avaliou como as principais operadoras tratam os dados de seus consumidores e a relação dessas empresas com a entrega de informações ao Governo. |
No mesmo dia em que o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) divulgou que está investigando a Vivo por uso indevido de dados, um estudo do Internet Lab apontou a operadora como a empresa que melhor informa os usuários sobre como manuseia os dados.
Uma justificativa para a boa colocação da Vivo no estudo, mesmo com a suspeita de que a operadora utilize os dados para fins publicitários, é a publicação de relatórios detalhados de transparência pela matriz da empresa, a espanhola Telefônica.
No entanto, o Internet Lab avisou a companhia que, a partir de 2019, vai desconsiderar materiais que não sejam publicados em português.
Em sua terceira edição, o estudo ‘Quem Protege Seus Dados?’ tem como objetivo entender como as principais operadoras do Brasil trata os dados de seus consumidores e a relação dessas empresas com a entrega de informações ao Governo.
A pontuação leva em conta as seguintes categorias: informa sobre tratamento de dados; informa sobre condições de entrega de dados ao Estado; defende privacidade de usuários no Judiciário; adora posicionamento público pró-privacidade; publica relatório de transparência sobre pedido de dados; notifica usuários sobre pedido de dados.
Na tabela abaixo, vemos os resultados gerais do estudo para os serviços de banda larga fixa (representado por uma casa) e de telefonia móvel (representado por um celular).
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Apesar da Vivo se destacar de maneira geral, a empresa perde espaço para as concorrentes em alguns quesitos.
Na defesa dos interesses dos usuários perante o Judiciário, a Claro e a Oi aparecem com melhor pontuação.
Já a TIM é a companhia que, publicamente, mais se pronuncia favoravelmente à criação de políticas pró-privacidade.
As menores notas no estudo ficaram com as empresas NET e Nextel, sendo consideradas as menos transparentes quanto à forma como lida com as informações dos clientes.
O único quesito em que nenhuma das empresas conseguiu atingir qualquer nível de satisfação foi a notificação dos clientes sobre pedidos de dados realizados pelo Governo.
O estudo avaliou os contratos de prestação de serviços, os relatórios de sustentabilidade e os documentos públicos disponíveis até novembro de 2017.
As empresas escolhidas detêm pelo menos 1% do total de acessos à internet no Brasil.
As empresas Algar, Nextel e Sky entraram no ranking apenas nesse último levantamento, já que nas edições anteriores, só eram analisadas as empresas que tivessem, pelo menos, 10% do mercado.