Conforme o banco, o valor aprovado de R$ 35,4 milhões é muito acima da média do bônus dos concorrentes; CVM também ameaça supervisionar operadora. |
Mesmo em recuperação judicial e com uma dívida na ordem de R$ 65 bilhões, a maior da história da América Latina, os acionistas da Oi aprovaram 74,6 milhões em remuneração global para a diretoria estatutária no último dia 30.
Desses R$ 74,6 milhões, R$ 35,4 milhões correspondem aos valores recorrentes, tais como remuneração fixa, bônus executivo, incentivos de longo prazo, retenção executiva, benefícios e encargos sociais.
A proposta de bônus de R$ 35,4 milhões para os executivos da Oi foi questionada pelo BNDES, que é acionista da operadora por meio da BNDESPAR.
Segundo o banco, o valor é muito acima da média dos salários e bônus dos principais concorrentes.
Outros R$ 39,2 milhões estão vinculados ao êxito da Recuperação Judicial da companhia e as indenizações referentes a rescisões contratuais e non compete do ex-diretor presidente Marcos Schoereder e do ex-diretor-financeiro e de relações com investidores Ricardo Malavasi, que deixaram a empresa no segundo semestre do ano passado.
Como a Oi não divulga a remuneração individual dos executivos, não é possível saber qual parcela caberá a cada administrador.
Como a Oi não divulga a remuneração individual dos executivos, não é possível saber qual parcela caberá a cada administrador.
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O BNDES ainda fez ressalvas ao balanço de 2017. Como se sabe, houve o sumiço de depósitos judiciais. O banco deixou claro no seu voto que “não exonera a responsabilidade” os atuais executivos da Oi pelo balanço.
Ainda há a possibilidade da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) questionar a operadora pela falta de consistência entre as condições financeiras e patrimoniais da Oi e a remuneração dos administradores.
Essa não é a primeira vez que os bônus aprovados pela administração da empresa são contestados este ano.
Em fevereiro, acionistas minoritários questionaram a distribuição de bônus da ordem de R$ 51 milhões a alguns dos executivos da operadora.
A ação considerou essa soma como “desvio de recursos” da companhia.