Operadora fica mais uma vez de olho na propaganda da concorrência e diz que oferta da Algar é enganosa. |
Mais uma vez neste ano, a operadora Claro resolveu denunciar, ao Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), uma concorrente na telefonia móvel pelos planos que oferece aos seus clientes nos comerciais. Desta vez o alvo foi a Algar Telecom e seu plano “Giga Pós Ilimitado”.
Divulgado pelo ator Reinaldo Gianecchini, o plano que incomodou a Claro foi aquele anunciado em abril de 2018, como o primeiro do setor com internet ilimitada. Por R$ 99 por mês, o cliente não tem nem limite de dados e nem limite de voz. Ou seja, fala e usa a internet como quiser, à vontade e sem preocupações com custos adicionais.
Mas, segundo a Claro, os anúncios feitos pela Algar Telecom na televisão, na internet e também em material impresso são enganosos. “Ao contrário da promessa, haveria várias limitações na oferta não destacadas nos anúncios”, informa o Conar sobre a denúncia realizada.
De acordo com o texto publicado recentemente, uma reunião de conciliação entre as partes chegou a ser promovida pelo Conar, mas não resultou em acordo. O relator propôs a sustação liminar da campanha até o julgamento e, em junho, a decisão foi de alteração na campanha.
Isso porque, mesmo a Algar se defendendo e negando o que a Claro a acusava, o relator Ronaldo Boselli de Vitto considerou que as peças precisam ser reparadas, porque existe uma promessa exagerada por parte da operadora, e que quando a velocidade de acesso é reduzida, se trata de uma informação essencial ao consumidor.
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A Algar tentou explicar que não se deve confundir oferta ilimitada de acesso à internet com redução da velocidade de acesso a partir de um certo consumo. No seu plano Giga Pós ilimitado, os dados são de fato ilimitados na área local, mas, para usar o plano em roaming, há uma limitação de 10GB que, depois de alcançado, tem a velocidade de navegação reduzida de 1Mbps para 128Kbps.
O principal ponto da denúncia ao Conar, acatada pelo órgão, foi a ausência de informações importantes em anúncios, como a de que o consumidor não pode ultrapassar certa taxa de roaming, sob risco de ter o plano cancelado.
“Certamente uma campanha publicitária não poderá trazer todo o detalhamento do plano oferecido por uma operadora em todos os seus materiais, mas isso não significa que mensagens essenciais sobre o plano não devam ser comunicadas de forma clara e ostensiva aos consumidores”, escreveu o relator em seu voto, que foi acolhido por unanimidade.
Em outra ocasião deste ano, a operadora Claro denunciou ao Conar a concorrente Nextel, que prometia ao consumidor uma internet sem bloqueio. Para ela, tudo não passa de uma oferta que leva o consumidor ao engano.