Levando-se em consideração a população como um todo, apenas 67% das pessoas estão conectadas. |
A nova geração nasceu com o celular na mão e os dados divulgados nesta terça-feira (18) pelo Cetic.br, braço de pesquisas do NIC.br, confirmam isso: entre os brasileiros de 9 a 17 anos, acesso à rede chega a 85%, percentual bem acima dos 67% quando considerada a população em geral.
A diferença é gritante quando é considerada a população mais pobre. Nas classes D e E, apenas 42% das pessoas estão conectadas. Entre os mais jovens, essa proporção vai a 70%.
Na classe C, o acesso entre a população em geral é de 74% e entre crianças e adolescentes é de 93%.
Já nas classes A e B, há uma relação direta entre o acesso das pessoas como um todo (92% conectados) com aqueles entre 9 e 17 anos (98% conectados).
Mas é preciso levar em consideração de que a amostra entre os dois grupos é bem diferente. A pesquisa TIC Kids Online foca em um grupo de 24,7 milhões de crianças e adolescentes.
Já a versão mais abrangente, a TIC Domicílios, alcança 120 milhões de pessoas que afirmam estrem conectadas à internet.
Os dados apresentados pelo Cetic.br mostram que a principal razão para a grande diferença percentual entre as duas pesquisas é geracional. As taxas de conectividade tendem a cair entre quem tem mais de 45 anos.
Se levarmos em conta a questão geográfica, os resultados também sofrem alteração. Enquanto 90% das crianças e adolescentes têm acesso nas áreas urbanas, somente 63% possuem acesso nas áreas rurais.
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Esse levantamento mostra que ainda há um desafio para a conectividade básica chegar a todos.
Na questão da conectividade, a pesquisa evidencia a importância fundamental das redes fixas.
Entre os brasileiros de 9 a 17 anos, 93% se valem do celular, 89% acessam a internet em casa e 84% utilizam redes Wi-Fi para se conectar, enquanto 49% podem contar com acesso por redes móveis 3G ou 4G.
A conexão nas instituições de ensino também tem seu destaque, uma vez que 30% das crianças e adolescentes entrevistados afirmaram usar a internet das escolas.
No entanto, a desigualdade digital é gritante nas escolas, como mostrou outro estudo do TIC Educação, patrocinada pelo NIC.br.
Nas escolas públicas, a velocidade máxima é de 2 Mbps enquanto que nas escolas particulares, a velocidade média é de 11 Mbps, com instituições que chegam a conexões de 50 Mbps.
No geral, o quadro sugere que a massificação do acesso avança mais rapidamente entre o público da TIC Kids Online.
Há ainda um terço da população que não usa a internet. E são justamente entre os brasileiros de classes menos favorecidas e maiores de 45 anos, em regiões rurais e estados do Norte e Nordeste onde ocorrem as maiores disparidades.