Executivo da Qualcomm analisa o panorama de implementação do 5G no Brasil. |
A Qualcomm, por intermédio do seu presidente para América Latina, Rafael Steinhauser, em entrevista ao Tecmundo, disse que o Brasil e demais países da América Latina está muito atrasado em relação a implementação do 5G.
O executivo explica que a principal questão é em relação ao pouco espectro de radiofrequência nas bandas que o 5G necessita. Essa relação de espectro disponível x o que é necessário, varia de quantas operadoras entrarão na disputa para oferecer o serviço.
No caso do Brasil, as quatro maiores representantes do segmento – Claro, TIM, Vivo e Oi, entrarão na jogada, e para atender a todas será preciso fazer concessões que jogam contra o desempenho prático da tecnologia.
“As frequências para o 5G estão em duas bandas, na banda abaixo de 6 GHz, chamada de sub-6, e nas bandas milimétricas (26 GHz, 28 GHz, 30 GHz, até 6o GHz). As duas bandas são importantes para o 5G, porque uma vai dar alta confiabilidade e baixa latência para aplicações de missões críticas, como telemedicina ou carros autônomos. As bandas milimétricas são importantes porque elas vão dar capacidade, toda a capacidade que precisamos para muita banda larga as pessoas e coisas a nossa volta”, explica Steinhauser.
O Brasil ainda irá passar pelo processo primordial para a implantação do 5G, que é o leilão de frequências. A Anatel já confirmou que o leilão será realizado em março de 2020.
Serão colocados à venda 200 MHz na frequência de 3,5 GHz; 100 MHz na frequência de 2,3 GHz e 10 MHz da sobra da frequência de 700 MHz.
Infelizmente, o processo inicial de licitação trabalhará apenas com a perspectiva do 5G sub-6GHz. A tecnologia no modo de bandas milimétricas deve demorar ainda mais para chegar ao país. A expectativa é que o 5G chegue ao Brasil em 2023.
“No Brasil, estamos começando o processo de alocação e licitação de 200 MHz na banda de 3,5 GHz. É um começo, pensando que teremos, possivelmente, essa banda dividida para as quatro operadoras. 50 MHz para cada uma. Mas o 5G começa realmente a partir de 100 MHz para cada uma das operadoras.
VIU ISSO?
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“Posso dizer que com 50 MHz para cada operadora poderemos começar a ter alguma experiências 5G, mas não viveremos os benefícios plenos do 5G, que, como eu explique, está concebida como plataforma universal de acesso a banda larga e a nuvem, para qual, se precisa de muita banda e muita frequência”, ressalta o executivo da Qualcomnm.
No Chile a situação é ainda mais dramática, só há espaço de espectro de frequência para uma operadora.
É sempre bom relembrar que 5G vai muito além de tornar a conexão do seu smartphone mais rápida, há uma lista infinita de aplicações que são mais significativas que dependem, obrigatoriamente, de muita banda. Um caso interessante é a possibilidade de controlar robôs de forma remota, confira aqui mais detalhes sobre essa possibilidade.