21/11/2024

Veek é descredenciada pela Surf Telecom; entenda o que muda

Com o fim da parceria, a Veek precisou fazer alterações na forma como está vendendo seus serviços. 


A trajetória da operadora Veek começou em 2016. Neste ano foi anunciado que uma nova operadora móvel virtual (MVNO) passaria a atuar no Brasil, tendo como foco o público jovem da classe C. 


O projeto só saiu do papel em 2017, mais precisamente no final de junho. Para que fosse implementado, como se trata de uma MVNO, a Veek teve que escolher qual operadora estaria na retaguarda em relação aos aspectos técnicos para a cobertura. A escolhida foi a TIM, baseada em um contrato com uma outra empresa, a Surf Telecom, que é uma MVNE (Mobile Virtual Network Enable), isto é, ela atua habilitando e credenciando empresas que possam oferecer serviços de telefonia. 


No entanto, a parceria foi interrompida. O Minha Operadora recebeu recentemente o relato de um leitor, que é cliente da Veek. Ele declarou que  entrou com uma queixa no Procon Municipal de Belo Horizonte/MG contra a Veek e a Surf Telecom devido a problemas na recarga desde janeiro/2019 e referente às mais de 20 panes de rede registradas em 2018 nas áreas que frequenta.
Foi realizada uma audiência no dia 12/04, e um representante da operadora esclareceu nos autos os seguintes pontos:

 – A Veek foi descredenciada pela Surf Telecom;
– Desde o dia 19/01 que a Surf Telecom bloqueou a API de recargas da Veek pelo aplicativo
– A Veek não está mais distribuindo e entregando chips
– A Veek entrou com recurso junto à Anatel solicitando que a Surf Telecom volte a atendê-los e que os serviços bloqueados sejam liberados.

Entramos em contato tanto com a Surf Telecom quanto com a Veek. Até o fechamento desta matéria recebemos apenas o posicionamento da operadora.
A Veek confirmou que foi descredenciada pela Surf Telecom e que sua API foi bloqueada. Consultamos o site da Surf Telecom, e, realmente, o logo da Veek não aparece mais na lista de MVNOs que a companhia atende.



A Veek fala de um desalinhamento comercial e estratégico com a Surf, porém ressalta que as recargas via app estão disponíveis, via transferência e depósito.

VIU ISSO?


Parte, disto que a Veek chama de desalinhamento comercial, passa pelo fato da Surf Telecom adotar novas estratégias, como uso de pontos físicos e um sistema usado pelos Correios para recarga.
“Como nascemos 100% digitais e não achamos que estes serviços sejam os melhores e mais adequados ao nosso público, começamos a procurar uma nova parceira para a Veek”, esclarece a operadora em nota.
A Veek também comentou sobre o recurso na Anatel: 

“Em decorrência deste desalinhamento no modelo de recargas, sempre visando o atendimento aos nossos clientes, entramos com uma reclamação na Anatel que julgou procedente o pedido da Veek e estabeleceu uma multa diária à Surf.

A partir disto, tanto a Veek quanto a Surf, resolveram não dar continuidade à parceria e foi dado a entrada num pedido de descredenciamento com prazo de 6 meses para a transição.

A nossa preocupação é com nossos clientes, então estamos focados na agilidade desse processo e em breve anunciaremos nosso novo parceiro comercial”.
Agora a grande questão que fica é: como anda a relação da Veek com seus consumidores em meio a essa turbulenta transição? No ano passado a operadora ultrapassou a marca de 50 mil assinantes.


É comum encontrar no Twitter relatos de clientes expondo diversos problemas em relação aos serviços da operadora. Pra entender melhor a situação, conversamos com Ítalo Soares cliente Veek há 8 meses.
Soares diz que, no geral, tem tido uma boa experiência, e que consegue ter  qualidade de serviço igual a da sua outra operadora, porém, gastando menos. Evidente que ele também cita alguns problemas, como por exemplo, o sinal. Ele também é cliente TIM, e diz que o  sinal não costuma ser tão bom quanto sua outra linha, mesmo assim ele considera a Veek boa nesse aspecto: “nunca me deixa na mão”, diz ele.

“A opção de recarga via débito e crédito está fora do ar há meses e sem previsão de retorno. Forçando os clientes a usarem a função de recarga por transferência, que é super lenta (demora por volta de 1 semana até a recarga cair) e só funciona com alguns bancos”, pontua o consumidor.


Soares também cita que o aplicativo é meio lento, e que as opções de recarga já foram melhores, já que reduziram a a quantidade de valores disponíveis. “O valor mínimo é R$ 20. Uso bem pouco minha linha, então um valor menor seria bem vindo”. 

A falta de parceria com certos aplicativos, na visão de Soares, também é um problema. “A  falta de parceira com apps como o PicPay, Recarga Pay e Mercado Pago fazem um pouquinho de falta. Por conta dos cashbacks”.

12 COMENTÁRIOS

Se inscrever
Notificar de
guest
12 Comentários
Mais antigo
Mais recente Mais Votados
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários