Leilão de espectro 5G deve começar em 2020. Empresa terá que pensar de forma estratégica para concorrer com as outras ou expandir um sólido produto.
Em recuperação judicial desde 2016, a Oi vive um momento de difíceis escolhas. A principal delas deve ser estratégica e já para o início de 2020, data na qual o leilão pelo espectro 5G está agendado.
Segundo o relatório da Ovum, sobre as perspectivas para o mercado de telecomunicações no Brasil, a marca terá que decidir se mantém o foco dos investimentos da banda larga via fibra ótica ou se direciona para o 5G.
Caso escolha a segunda opção, a operadora poderá concorrer com as outras, mas na visão da consultoria, o caminho mais sólido é manter os investimentos na fibra ótica, nem que para isso a empresa tenha que vender a operação móvel.
“O cenário que se desenha é difícil e desafiador para a empresa. Ela ainda não saiu da recuperação judicial. Também não participou do leilão de 700 MHz [em 2014], o que representa um gap no 4G. Então a empresa ainda não está em sua situação normal, mas ganhou quatro ou cinco anos para pagar o que sobrou da dívida“, afirma Ari Lopes, analista da Ovum.
Para o especialista, a Oi tem melhor proveito se gastar um real em fibra, do que a mesma quantia colocada na telefonia móvel.
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Se escolher o investimento no 5G, a Oi terá que comprar o espectro mais o 700 MHz, que a empresa não comprou. Isso significaria o gasto de um recurso escasso. Além disso, os equipamentos.
Os acionistas precisariam aprovar um novo aporte, já que a empresa possui R$ 6,2 bilhões em caixa, sendo R$ 4 bilhões vindo do aumento de capital.
A banda larga fixa da Oi, via fibra ótica, parece um produto sólido para a empresa continuar com o investimento e expansão. Desde o início do ano, o produto se destaca no ranking de velocidade da Netflix com a primeira posição, tirando o trono da Live TIM.
Além do produto, a empresa se destaca com a oferta de TV por assinatura nos famosos “combos” com a internet. O serviço de telefonia fixa e móvel também continua, mas o futuro pode ser incerto nesse último.
Conforme o analista confirmou, a aposto do 5G é de longo prazo. O padrão não está pronto e as primeiras redes no Brasil só devem sair em 2020 ou 2021. O lançamento então será limitado a poucas cidades.
Ou seja, o retorno ainda demoraria para chegar. Na fibra ótica, a ampliação do aporte para R$ 7 bilhões já foi destinada a isso e as chances de recuperar o “market share” perdido com o produto são altas.
Vários analistas apostam que a venda operação móvel seria um bom caminho. A TIM e a AT&T seriam bons compradores, mas poderiam ser barradas por endividamento e a concentração de mercado.
Outra opção da Oi seria um compartilhamento de infraestrutura com a TIM, caso a companhia tome a decisão de investir no 5G. Seria um acordo sensato, se levarmos em consideração a maior capacidade das concorrentes Claro e Vivo e as características complementares das duas envolvidas na transação, de acordo com a explicação de Ari Lopes.
Com informações do Teletime.