Operadoras estrangeiras já começam a implantar o conceito na mente dos consumidores. Entenda como tudo pode funcionar.
Desde sempre, a conexão de internet residencial é vendida como mais segura, estável e rápida para os usuários. Seja na casa de um amigo ou na sua, é só você entrar e pedir pela senha do Wi-Fi. Afinal, para que sofrer com a instabilidade da cobertura de uma operadora quando se tem uma internet rápida via cabos?
Entretanto, sabemos que uma banda larga fixa requer a instalação de um modem, fios e toda aquela bagunça que fica na estante em que o equipamento é posicionado.
Esse é o conceito que deve cair por terra, já que com a chegada do 5G, as conexões via Wi-Fi não terão tanta vantagem assim. A quinta geração vai permitir transferência de dados em altíssima velocidade. Isso vai permitir que as pessoas contratem suas internets fixas pelo 5G.
A visão das operadoras estrangeiras
No exterior, o conceito já é espalhado pelas operadoras. A Three, por exemplo, prevê o lançamento de planos residenciais do 5G para a casa dos moradores de Londres. Os testes iniciais tiveram sucesso.
A Verizon menciona que será muito mais prático oferecer um modem sem fio com conexão 5G do que dar ao usuário um monte de cabos. Os planos ainda devem envolver uma Apple TV e assinatura do YouTube.
Já a AT&T também vê a substituição como viável para os próximos três ou cinco anos. Na visão da empresa, o 5G pode levar velocidades mais rápidas do que as conexões via cabo ou DSL para a residência dos consumidores.
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Vai ser uma opção interessante para todos?
Para diversos especialistas da área de telecomunicações, o serviço será apenas complementar na oferta tradicional das operadoras. A substituição total não deve acontecer, mas uma parcela dos usuários deve ter o benefício de dispensar os cabos.
Paulo Bernardocki, diretor de soluções e tecnologias da Ericsson, não vê uma migração total. Para ele, a capacidade da fibra é maior que o 5G, mas a conectividade de quinta geração vai servir para atender regiões distantes em que a estrutura da primeira mencionada não é viável.
Já Basílio Perez, diretor da ABRINT (Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações), diz que o serão necessárias muitas antenas próximas uma das outras para o 5G funcionar. Todas interligadas por fibra ótica.
Portanto, qual a necessidade de usar a conexão móvel de quinta geração quando os cabos passam pela própria residência? Perez não crê que o 5G vai substituir tudo e explica que a tecnologia precisa da fibra, mas só para levar até uma torre. O executivo defende que serão casos pontuais, onde há dificuldade para chegada dos cabos.
A OpenSignal complementa que conectar determinadas regiões pela banda larga fixa requer um custo com a infraestrutura. A tecnologia sem fio do 5G pode facilitar nesse sentido.
Outra perspectiva interessante é a do Dr. Junehee Lee, vice-presidente da Samsung. Ele diz que é forte dizer que terá uma substituição geral, mas faz sentido para os lugares em que é caro cabear.
Em países como Brasil e Estados Unidos, essa é a realidade. Entretanto, para cidades grandes e com muita densidade, o cabo ainda deve ser a melhor opção.
Wi-Fi ou conexão móvel? Conforto ou velocidade?
A fins comparativos, o 4G já é mais veloz do que o Wi-Fi em 50 de 80 países analisados pela OpenSignal. No Brasil, a velocidade média da quarta geração da conexão móvel é de 18,5 Mbps contra 13,9 Mbps do Wi-Fi.
Entretanto, se tratando da estrutura de fibra ótica, as coisas podem ser diferentes. O 5G promete velocidades de 1 a 20 Gigabits por segundo. Os cabos tem capacidade para chegar até 255 Terabits por segundo.
Mas tudo dependerá da estrutura. Para o usuário ter uma boa experiência com a quinta geração da conectividade móvel, serão necessárias várias antenas para atender diferentes públicos e sem congestionamento, como ocorre atualmente com o 4G.
Para os que terão as duas opções disponíveis, a fibra ainda deve ser mais veloz, mas o 5G oferecerá conforto e praticidade com o modem móvel.
E as operadoras? Vão cumprir o que prometem?
Aqui mora o grande problema. A reputação das operadoras, no Brasil e em outros países, não é das melhores. Especialmente quando se trata se cumprir o que prometeu. Para lidar com a legislação brasileira e a infraestrutura disponibilizada, todas terão que ter muita flexibilidade e estratégia nos negócios.
Há quem se preocupe com o retorno da cobrança de franquias, apesar do consumidor ter tido uma vitória anos atrás. As empresas continuam a defender que isso pode ser necessário para atender a cada tipo de cliente.
Entretanto, o 5G pode ter franquias mais generosas e por um preço mais acessível. Paulo Bernardocki explica que o custo do bit é menor. Empresas estrangeiras, inclusive, já disponibilizam planos ilimitados da conectividade. No caso de um plano residencial, vai ajudar muito.
Com informações do UOL