Informação é um balde de água fria para os que já consideravam a ascensão do VOD como certa no Brasil.
A informação pode surpreender, mas ainda não são todos que perdem 8 horas ou mais nas maratonas de séries da Netflix. Por mais que elas sejam campeãs de repercussão na web, ainda não fisgaram o grande público brasileiro, assim como os outros serviços de streaming no geral.
De acordo com as informações de Melissa Vogel, CEO do Kantar Ibope Media, o consumo das plataformas de vídeo sob demanda no Brasil é de 3 horas e 14 minutos por semana.
Em contrapartida, a TV paga ainda detém o consumidor brasileiro por 16 horas e 6 minutos semanais. Portanto, mesmo com o número de assinantes em queda, há um público fiel.
O consumo de TV por assinatura, inclusive, cresceu apesar dos resultados negativos. O brasileiro assiste, em média, 3 horas e 24 minutos por dia. No comparativo com 2018, há um aumento de 17 minutos.
Na guerra do streaming com a operadoras, muitos apostam que falta pouco para que um serviço tome o posto do outro. Porém, os dados comprovam que a migração ainda pode demorar.
A queda no número de assinantes da TV se deve a crise econômica no país. O brasileiro passou a investir menos em lazer. O serviço representa apenas 16% dos gastos com entretenimento, já o streaming tem a fatia de 2%.
De acordo com os dados apresentados por Melissa, a competição entre VOD e TV Paga ainda não é direta. Na última pesquisa realizada, 23% dos entrevistados assistiram ao conteúdo da TV e 15% ficou apenas no streaming.
Na parcela combinada, temos também a porcentagem de 15% entre os que assistem os dois. O que justifica a conclusão sobre o tipo de concorrência.
VIU
ISSO?
– Quanto
custa substituir a TV por assinatura pelo streaming?
– TV
Paga está sentenciada à morte, diz Anatel
– Como
funcionam os pacotes da Claro exclusivos para gamers?
Por último, outros dados que chamam atenção é fato do assinante da TV paga ser amplamente conectado. São usuários que gostam de comentar programas nas redes sociais e usam internet com muita frequência.
O aumento de assinaturas nos serviços de streaming valorizou a programação ao vivo e exclusiva da TV, que muitos consumidores gostam de engajar nas redes sociais.
A última temporada da série Game of Thrones é um exemplo.
Entretanto, nos últimos embates entre Anatel, TV paga e streaming, foi possível notar que as emissoras atualmente questionam sobre o melhor tipo de veiculação para seus conteúdos, já que as leis brasileiras e os distribuidores nem sempre são flexíveis quanto a comercialização.
A Claro, por exemplo, quando descobriu que a FOX disponibiliza a transmissão de suas emissoras no streaming, abriu uma reclamação na Anatel e enxergou o caso como uma concorrência injusta, pelo fato disso tirar a necessidade da realização de uma assinatura de TV paga.
Mas as últimas decisões da Justiça foram favoráveis para a FOX, que segue com a transmissão dos canais online.
Se as leis e distribuidoras não acompanharem o movimento e a flexibilidade promovida pelo streaming, o movimento dos produtores de conteúdo será todo para a internet, com exclusividade.
E sem conteúdo relevante, não há TV por assinatura!
Com informações do Tela Viva