22/12/2024

Disney+ terá pacote com ESPN+ e Hulu para desbancar rivais

Streaming da gigante de Hollywood promete reestruturar o mercado de VOD e gerar impactos até mesmo na consolidada Netflix.

Interface do Disney+
Imagem: Divulgação Disney+

O cenário não anda favorável para o mercado de TV por assinatura e promete piorar, se depender da forte concorrência do streaming que está para surgir. A novidade agora é que o Disney+, plataforma dos estúdios Walt Disney Pictures, terá um pacote com inclusão dos serviços Hulu e ESPN+.

As assinaturas conjuntas surgem para enfrentar a dura concorrência que vem, com o lançamento das plataformas de VOD da Apple, Time Warner (HBO Max), Universal (NBCUniversal), além das já consolidadas presenças da Netflix e Amazon.

Interface do Hulu
Interface do Hulu

Bob Iger, atual CEO da Disney, divulgou a informação e confirmou que o valor será de US$ 12,99 nos EUA, R$ 50 na conversão para real. Será uma economia de US$ 5 para quem assina as plataformas individualmente.

O lançamento do serviço promete gerar impacto no mercado. A companhia aposta na força de suas franquias para emplacar o Disney+. Personagens dos filmes da Marvel e de Star Wars já tiveram séries confirmadas.

Logotipos Disney+, ESPN+ e Hulu
Imagem: The Verge

Fora isso, a Disney aposta nas obras da Pixar, além dos milhares de títulos que surgiram com a aquisição da FOX, o que inclui 30 temporadas do sucesso Os Simpsons.

Além do apelo comercial dos filmes e séries, a gigante de Hollywood já anunciou que pretende praticar preços competitivos e comerciais para bater de frente com a concorrência. Os planos estarão com valores entre US$ 6,99 e US$ 27,90 por mês, custo abaixo do que é cobrado pelo Amazon e a Netflix.

Divulgação do ESPN+
Divulgação ESPN+

Depois que comprou a FOX, a Disney também aproveitou para garantir 100% de controle no Hulu, que também era do grupo Comcast, dono da Universal. Entretanto, a empresa não cogitou juntar o streaming com o Disney+.

Tudo indica que o Hulu continuará com o investimento em produções mais adultas e complexas como as séries The Handmaid’s Tale e Castle Rock, enquanto o Disney+ terá uma pegada mais familiar, com conteúdo para todos os públicos.

Apresentação do Disney+. Imagem: Engadget
Imagem: Engadget

No lançamento, a casa do Mickey confirmou a intenção de globalizar a plataforma. A previsão de lançamento do Disney+ no Brasil é para o fim de 2020, apesar de não ter data confirmada.

Já sobre o Hulu, não há confirmação de lançamento por aqui, ainda. Mas, com a forte concorrência, a ideia de globalizar o serviço pode vir a ser mais um movimento estratégico da Disney.

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As TVs por assinatura serão prejudicadas?

Tudo indica que sim. Afinal, os números diminuem a cada mês. Empresas como a Claro afirmam que a queda da TV paga se deve ao fraco desempenho da economia. Uma retomada pode revitalizar o setor.

Entretanto, a manifestação dos consumidores demonstra cansaço e desgaste com os altos valores dos pacotes e a obrigatoriedade de ter um com 200 canais, mesmo que o cliente só assista a 20 deles.

A expansão da banda larga favorece os serviços de streaming, que estão com ofertas de conteúdo cada vez maiores, além de em breve estarem em maior quantidade no Brasil.

No futuro, a probabilidade é que o consumidor tenha muitas opções e possa, finalmente, pagar só por aquilo que quer assistir. O pacote da Disney surge como uma boa opção para quem busca entretenimento familiar, esportes e conteúdos adultos.

Um exemplo recente é o embate da AT&T com a Anatel. A operadora comprou a Time Warner, mas encontrou barreiras no Brasil por ser a dona da SKY. A Lei da TV Paga impede que uma distribuidora de conteúdo seja dona de produtoras, como a Warner.

Entretanto, todo o debate parece favorecer uma possível mudança na lei, para que finalmente seja permitido que as distribuidoras também possam produzir conteúdo. As autoridades só terão que impor medidas para impedir que um determinado grupo faça monopólio de canais e ganhe vantagem na concorrência.

Se não houver uma alteração, o Brasil pode perder importantes players internacionais. Os recentes anúncios de gigantes como Disney, NBCUniversal e Warner mostram que será inevitável um futuro em que as produtoras produzem e distribuem seus próprios conteúdos.

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