Departamento de Comércio dos EUA impediu empresa de adquirir equipamentos fabricados no país; chinesa não diz quem são seus novos fornecedores.
Em meio ao banimento de seus produtos nos Estados Unidos, a Huawei anunciou que começará a produzir estações-base 5G sem utilizar componentes produzidos por empresas americanas. Segundo a Reuters, a produção começará em outubro, com uma previsão de volume mensal de 5 mil equipamentos.
A gigante em produtos para a infraestrutura de redes e telefonia pretende produzir 1,5 milhão de unidades até o ano que vem. A ideia é que a quantidade dobre até o final de 2020, para atender a demanda crescente da tecnologia 5G.
O anúncio ocorre após o Departamento de Comércio dos EUA impedir que a Huawei adquira peças e componentes de fornecedores do país.
Por isso, além dos equipamentos 5G, a Huawei também deverá lançar o seu smartphone Mate 30 com o sistema Android, mas sem os aplicativos do Google ou do Facebook pré-instalados. A companhia também teve que fazer adaptações em seus hardwares para operadoras, mas não citou quem são seus novos fornecedores.
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Os Estados Unidos alegam que os equipamentos da empresa apresentam sérias vulnerabilidades e que facilitam a espionagem chinesa. A pressão de Donald Trump é grande para que outros países também proíbam os equipamentos da Huawei.
No entanto, parceiros como Noruega, França, Alemanha e Reino Unido não veem os indícios de riscos à segurança e se mostram favoráveis à liberação. O governo americano, por outro lado, alerta que comunicações diplomáticas podem ser prejudicadas.
No Brasil, apesar do alinhamento do governo Bolsonaro com o de Trump, não há intenção de barrar os equipamentos da Huawei. O vice-presidente Hamilton Mourão, por exemplo, vê vantagens para o país uma guerra comercial entre EUA e China.