Busca por regras mais favoráveis no processo gera cautela nas operadoras.
Agendado inicialmente para março de 2020, o adiamento do leilão 5G é uma realidade. A interferência do sinal na TV via satélite fez com o que a Anatel alterasse a previsão para meados do ano que vem, até que uma solução seja encontrada.
Muitos apostavam que as operadoras estavam com pressa na adoção da tecnologia, afinal, várias já realizam testes e divulgações. No entanto, Oi, TIM e Vivo saíram em defesa do novo agendamento.
Para a Oi, o Brasil ainda vive o suspiro dos investimentos feitos no 4G e 4.5G, de acordo com Rodrigo Abreu, diretor de operações. O executivo defende que se o evento for levado para frente, é melhor. Não há uma “urgência absurda” para o país implementar a tecnologia.
No atual cenário, é vantajoso para a Oi ganhar tempo com o leilão. Em momento de recuperação judicial e caixa negativo, a empresa ainda precisa obter lucros para adquirir as faixas do 5G e os lotes de 700 MHz para melhorar o alcance do 4G.
Já para a Telefônica, controladora da Vivo, é interessante que o leilão ocorra um pouco mais tarde para que o processo tenha as regras corretas. Em curto prazo, poderá ser desfavorável para empresas.
“A necessidade de cobertura e de expansão da tecnologia vai exigir que as empresas tenham capital para fazer esse investimento. Se esse capital for reduzido pela compra de frequência, teremos um problema para o desenvolvimento do País”, explicou Christian Gebara, CEO da Telefônica Vivo.
VIU ISSO?
–> Qual será a estratégia da Oi com o 5G?
–> Brasileiros estão dispostos a pagar mais caro para ter 5G
–> Conheça o Laboratório 5G da TIM no Nordeste
A TIM, pelas palavras da Pietro Labriola, presidente da operadora, argumentou que a regra certa é ideal para garantir o retorno do investimento. O executivo defendeu a maior cobertura das redes e a cobrança de valores não muito elevados pela outorga das frequências.
Para a companhia, soa lógico um modelo com valor de leilão mais baixo e desenvolvimento de infraestrutura para gerar ganhos em todo país garantido.
Representantes do governo, profissionais do meio acadêmico e outras empresas manifestam o interesse pela tecnologia de forma constante. Muitos defendem que o 5G será uma nova revolução industrial.
No entanto, diversas análises de mercado garantem que o início da operação pode ser demorado, afinal, há um processo para chegar na tão prometida “revolução”. Será por isso que as operadoras não sentem pressa?
Prometer uma conexão móvel revolucionária e entregar apenas um upgrade do 4G pode frustrar consumidores, que certamente pagarão mais caro nos planos 5G e terão um custo com a atualização dos smartphones.
São análises que justificam a cautela de algumas empresas com a adoção da nova tecnologia. As coisas precisam estar equilibradas e bem ajustadas para que todos tenham o melhor proveito.
Com informações de EXAME