Executivos foram considerados responsáveis pelo suicídio de 35 funcionários.
Nesta sexta-feira, 20, o Tribunal Penal de Paris, na França, condenou Didier Lombard, antigo presidente da France Telecom, além de dois de seus subordinados, por “assédio moral institucional”. Durante a gestão dos executivos, no início dos anos 2000, a companhia presenciou uma sequência de suicídios de 35 ex-funcionários, sem contar os casos não consumados.
Segundo o tribunal, os três atuaram de forma intimidatória durante a reestruturação da empresa de telefonia, criando um ambiente de tensão e medo nos colaboradores.
Na época, durante uma crise financeira bilionária, a gestão decidiu por demitir sumariamente 22 mil pessoas (do total de 120 mil). Didier teria dito que os ex-funcionários poderiam sair “pela porta ou pela janela”, frase essa que o antigo presidente diz se arrepender hoje em dia.
Além disso, os funcionários experimentaram a deterioração das condições de trabalho e ainda enfrentavam alta pressão para vender serviços da empresa. O clima de ansiedade acabou gerando a onda de suicídios, o que a fez a France Telecom aparecer nos principais noticiários na França, tornando empresa como um símbolo de sofrimento no trabalho.
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O antigo CEO, Louis-Pierre Wenes (diretor executivo) e Olivier Barberot (diretor de RH) foram condenados a 1 ano de prisão, com oito meses de suspensão da pena, e o pagamento de multa de 15 mil euros (em torno de R$ 68 mil).
Além disso, os réus terão que pagar mais de três milhões de euros (R$ 14 milhões) por danos causados aos ex-funcionários e parentes das vítimas.
A empresa, que alterou seu nome para Orange em 2013, foi condenada a pagar multa de 75 mil euros (R$ 340 mil), a penalidade máxima para esses casos.