Companhia acelera transformação digital e segue na busca de uma relevante posição no mundo novo de fibra ótica e 5G.
Há uma nova Telefônica vindo por aí? Podemos dizer que sim. Atualmente, a operadora foca sua operação em quatro países: Espanha, Brasil, Alemanha e Reino Unido. A ideia agora é buscar uma posição relevante nos segmentos mais cobiçadas do mercado atual de telecomunicações: 5G, fibra ótica e inteligência artificial.
Na receita do grupo nos primeiros nove meses do ano, a Vivo (VIVT3 / VIVT4) se destaca. A operadora brasileira registrou o segundo maior lucro da companhia, com EU$ 7,5 milhões de euros gerados.
A Espanha ficou em primeiro com EU$ 9,5 milhões, Alemanha em terceiro no registro de EU$ 5,4 milhões e Reino Unido em último, totalizou EU$ 5,2 milhões. São os mercados maiores e com mais potencial de crescimento para a Telefônica.
Mas e a atuação nos países hispano americanos? Aqui, a marca vai seguir um novo caminho. A companhia fará uma espécie de “spin off”, ou seja, nascerá uma nova empresa derivada das que já existem nos países. Serão unidades autônomas com management dedicado e foco local.
“Até alguns anos atrás, nossas operações na América Latina eram a força motriz por trás do crescimento da empresa. No entanto, as condições específicas nesses mercados tiveram um impacto nos negócios, reduzindo sua contribuição nos últimos anos por várias razões (ambiente macro e regulatório, maior pressão competitiva, escala insuficiente ou volatilidade das moedas) e apesar dos enormes esforços de nossas equipes locais, que sempre demonstraram um forte compromisso”, ressaltou José María Álvarez-Pallete, CEO da Telefónica.
A receita da Telefônica Hispano América é próxima da do Brasil, no mesmo período de análise divulgado acima. São EU$ 7 bilhões, com uma menor margem EBITDA (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), em 26%.
VIU
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A propósito, a Vivo tem o maior EBITDA do grupo, além da maior margem, com 41,4% contra 31,3% da Alemanha.
Mas, ainda sobre a atual transformação da Telefónica, a parte Hispano América ficará autônoma e poderá ser vendida ou ter suas ações colocadas na bolsa. Os melhores resultados ficam com Colômbia e Chile. Já no Peru, a companhia enfrenta sua maior queda com o impacto regulatório local.
Outra unidade que vive situação complexa é a Telefônica México. A marca já anunciou até mesmo que deve devolver espectro para o órgão regulador (IFT). Assim terá uma redução de custos dos pagamentos anuais.
Na conta para em prol da própria sobrevivência, a companhia fez acordo com a AT&T e usará a rede 3G/4G da americana para prestar serviços no México nos próximos oito anos.
No novo plano da Telefônica, a já anunciada criação da Telefónica Tech e Telefônica Infra foi bem recebida e a ações tiveram uma alta de 1,9%. O foco da atuação para essas empresas será o B2B com oferta de Internet das Coisas, Big Data e outras.
A companhia segue com uma dívida de EU$ 38,8 bilhões. Vender operações em outros países da América Latina pode contribuir para que a empresa se recupere do prejuízo. Mas a grande incerteza paira sobre as operações hispano americanas.
No Brasil, o cenário é totalmente positivo e os investimentos provavelmente seguirão a todo vapor com a Vivo, especialmente em relação ao 5G e fibra.
Com informações de Teleco