5G? Planos mais flexíveis? Venda da Oi? Entenda as expectativas deixadas pelo cenário das telecomunicações.
Nesta quarta-feira, 01, entramos oficialmente na nova década. Até aqui, mesmo com complicações e barreiras, as telecomunicações prometem uma verdadeira reinvenção para os próximos anos.
Seja na oferta de serviços, nos planos de telefonia ou no modo como as operadoras vão usufruir das novas tecnologias para ofertar produtos. No curto prazo, para 2020, o que podemos esperar das teles brasileiras?
Claro vs. Vivo (Uma acirrada briga pelo domínio de mercado)
A operadora da Telefônica (BME: TEF) segue no topo do mercado móvel no Brasil. Entretanto, há uma grande ameaça iminente: a Claro. A companhia já domina os mercados de banda larga, TV por assinatura e promete crescer cada vez mais na telefonia móvel.
Agora, vai agregar os clientes da Nextel ao seu portfólio e já mira uma futura aquisição, que é a operação móvel da Oi (OIBR3 / OIBR4). Mas essa será um pouco mais complicada, por motivos que vamos entender adiante.
O palco da verdadeira briga entre Claro e Vivo (VIVT3) será o mercado, ou seja, conquistar o consumidor.
É muito provável que as duas apresentem cada vez mais opções de planos para agradar todos os tipos de clientes, com preços mais acessíveis, obviamente.
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Venda da operação móvel da Oi (Fatiada ou diluída em uma única operadora?)
Ao menos no primeiro semestre, todos os holofotes estarão voltados para o futuro da Oi. Em recuperação judicial desde 2016, além de uma frágil situação financeira, a operadora carioca já cogita vender sua operação móvel para reverter efeitos negativos no caixa.
Entre as interessadas, Claro, Vivo e TIM (TIMP3) entrarão na disputa. Alguns acreditam que a operadora da Telecom Itália (BIT: TIT) é a melhor opção para manter a competitividade do mercado de telecomunicações.
Mas o poder econômico da Claro e Vivo pode falar mais alto na aquisição, assim como uma venda fatiada regionalmente para favorecer as três.
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4G de 700 MHz
A conexão móvel mais potente e com mais penetração em ambientes fechados já é uma realidade no Brasil, desde que o sinal analógico de televisão foi desligado e as frequências foram migradas.
Entretanto, nem todas as operadoras estão avançadas com a ativação da nova faixa, com exceção da TIM, que já proporciona um 4G mais potente para mais de 1600 municípios.
Para 2020, podemos esperar pelo avanço da Claro e Vivo no 4G de 700 MHz, que provavelmente vão acelerar a expansão para acompanhar a concorrente.
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E o 5G?
Essa é uma pauta que devemos manter as expectativas baixas e aguardar por uma boa surpresa. A abertura da consulta pública do edital foi adiada pela Anatel, isso significa que o projeto ainda precisa sair do papel.
Conselheiros da agência divergem sobre a proposta do edital. Enquanto alguns querem priorizar operadoras pequenas e novas entrantes do mercado, outros não desejam manter as grandes prestadoras sem muitas faixas de frequência.
No pior dos cenários, o leilão pode ficar para 2021, mas ainda há chances de ocorrer em 2020. Nos últimos dias, por exemplo, foi decidido o 5G ficará na mesma frequência que a TV via satélite.
A decisão era um dos motivos do atraso e parece ter ganhado seu capítulo final.
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Bônus:
AT&T livre para ser dona da Warner e SKY?
Não há muitas expectativas para uma situação que se arrasta desde 2016. No entanto, em 2019, políticos entraram com mais força no processo para tentar derrubar a proibição da propriedade cruzada na TV por assinatura.
Em um breve resumo, a Lei do serviço de acesso condicionado, de 2011, impede que uma empresa de distribuição controle outra de produção. Ou seja, a AT&T não pode manter SKY e Warner sob seus ‘braços’ no país.
A medida é preventiva contra uma discriminação da concorrência. A SKY é a segunda maior TV por assinatura do país e a Warner uma programadora de importante atuação, com vários canais nas grades das TVs pagas.
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SKY
A aquisição foi feita em 2016 e o Brasil é o único que ainda não aprovou. O cenário se mostra mais favorável pelo fim da propriedade cruzada na lei do que por uma aprovação da compra pela Anatel. Ainda mais com o lobby da família Bolsonaro.
Entretanto, a ascensão do streaming mundo afora, assim como a briga entre Claro e FOX poderão ter grande influência na decisão.