Apesar de ressalva, decisão não deve agradar aos Estados Unidos.
Mesmo após intenso lobby do governo Donald Trump, o Reino Unido está prestes a autorizar o acesso da Huawei à sua rede 5G. No entanto, a participação deverá ser restrita.
Nesta terça-feira, 28, Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, deve fazer um anúncio autorizando que as operadoras comprem produtos da gigante chinesa, desde que respeite um determinado limite. A ideia é aumentar a participação de outros fornecedores e evitar o excesso de confiança na Huawei.
Sobre os riscos à segurança, especialistas do governo acreditam que eles podem ser amenizados ao fazer com que as funções da Huawei sejam restritas a partes “não essenciais” da rede móvel da Grã-Bretanha.
Os equipamentos não essenciais seriam antenas e estações-base situadas em telhados, por exemplo, considerados menos vulneráveis que os servidores e sistemas principais, onde as informações dos clientes são processadas.
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Mesmo assim, o governo dos Estados Unidos acredita que seja uma brecha de segurança, o que pode colocar em risco o acordo de segurança e inteligência entre os países.
A decisão favorável à chinesa ocorre mesmo com forte influência de Washington, pois não existem empresas concorrentes com preços e variedade de produtos que a Huawei oferece. O governo de Johnson tem perguntado há mais de um ano aos Estados Unidos se podem fornecer uma tecnologia alternativa, mas não houve resposta.
“O Reino Unido e os EUA gostariam de trabalhar juntos para encontrar novas soluções viáveis… Mas não há nada pronto no momento”, disse um funcionário do governo de Johnson.
[ATUALIZAÇÃO – 28/01/2020 16H54]:
Conforme antecipado ontem, 27, o governo do Reino Unido autorizou a participação da Huawei nas redes 5G nos países da Grã-Bretanha. No entanto, a gigante chinesa não poderá atuar em núcleos de redes ou locais considerados sensíveis, como bases militares ou instalações nucleares. Já nas áreas não sensíveis, existirá um limite de 35%. A empresa se diz tranquilizada pela decisão.
Com informações de Financial Times.