Você já se perguntou por que não são utilizados os códigos de área 10, 20 ou 30, por exemplo?
A criação dos Códigos Nacionais (CN), os conhecidos DDDs (sigla de Discagem Direta à Distância), remonta à época do antigo Sistema Telebrás, tendo sido incorporado à regulamentação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), após a sua criação, em 1997.
O Plano de Numeração utilizado hoje foi estabelecido de forma a atender às necessidades de curto, médio e também longo prazos, e assim poder suprir de forma efetiva e eficiente a evolução do serviço de telefonia no país.
Esses códigos são utilizados para identificar uma determinada área, a nível nacional. Cada estado brasileiro recebeu um ou mais códigos, dependendo do tamanho da população.
Por mais que eles não estejam sendo utilizados, os códigos com final “0” (10, 20, 30, etc.) também estão previstos no referido plano de numeração, porém, estão em reserva técnica. Ou seja, embora não estejam em uso, podem ser usados a qualquer momento, caso seja necessário em determinadas situações atípicas.
Por exemplo, o estado de São Paulo já utiliza os seus 9 códigos (do 11 ao 19). Em 2010, diante da expansão do mercado móvel e a escassez de combinações possíveis de números telefônicos usando oito dígitos, estudava-se a possibilidade de utilizar o DDD 10, na região metropolitana de São Paulo.
Na época, várias entidades de defesa do consumidor foram contra o uso do novo código, pois faria com que residentes da Grande São Paulo tivessem que conviver com vizinhos utilizando celulares com DDD 11 e outros com DDD 10.
A medida geraria confusão, afetando o dia a dia das pessoas, principalmente de visitantes, que teriam que adivinhar qual DDD deveriam utilizar ao realizar uma ligação local.
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Por fim, o problema foi resolvido com o Projeto 9º dígito na telefonia móvel. Com a implementação do novo dígito nos números telefônicos foi possível aumentar a capacidade de habilitação de linhas da telefonia celular em São Paulo em quase duas vezes e meia.
Aos poucos, a inclusão do nono dígito chegou a todo o Brasil, como medida para aumentar a disponibilidade de números na telefonia celular e padronização da marcação das chamadas.
O Minha Operadora entrou em contato com a Anatel e perguntou se existia uma explicação para que todo os DDDs com final “0” fossem reservados. A resposta é que não existe nenhum motivo técnico para a escolha. Foi apenas uma convenção na época da criação dos códigos, evitando-se a utilização do zero.
“Ressalvados os objetivos e premissas estabelecidas, não há uma justificativa adicional para a estruturação da reserva técnica, tanto que os recursos em reserva podem ser disponibilizados para uso a qualquer tempo”, afirmou Joselito Antonio Gomes dos Santos, coordenador de processos na Gerência de Regulamentação da Anatel.
A agência alega que reservas técnicas sempre devem existir, de forma que a Anatel tenha flexibilidade para atender rapidamente às novas situações do mercado de telefonia.
Entretanto, a estrutura atual com os seus 67 DDDs é considerada consolidada e não há motivos para que ela seja revista.