Expansão do 4G e 5G depende de uma maior faixa de frequências, diz estudo.
Segundo o estudo “Análises das Recomendações de Espectro da UIT na América Latina”, elaborado pela 5G Americas, em maio deste ano, o Brasil tinha 609 MHz de espectro alocado para serviços móveis.
Esta quantidade é apenas 31,1% dos 1.960 MHz recomendados pela União Internacional de Telecomunicações (UIT) para 2020.
Apesar do número, o Brasil é o país que possui o maior espectro alocado para telefonia móvel na América Latina, estando acima da média regional que é de 392,1 MHz. Em seguida aparecem Peru (554,4 MHz), México (524,9 MHz) e Uruguai (515 MHz).
Segundo a 5G Américas, o estudo mostra uma disparidade regional na alocação de espectro, com apenas nove dos mercados analisados concedendo 400 MHz ou mais de espectro para telecomunicações móveis. Em cinco países, foram alocados menos de 300 MHz.
A entidade afirma que uma maior oferta de espectro pelos países permite que as operadoras possam traçar planos para realizar investimentos necessários para transformar e expandir suas redes 4G e 5G, com o objetivo de atender a demanda atual e futura dos consumidores e da indústria.
“Os reguladores da América Latina devem compreender a importância de projetar implementações de médio e longo prazo para alocar a quantidade de espectro adequada para obter maior conectividade nos países. Especialmente nas áreas rurais ou remotas, já que para as economias latino americanas essa atividade é importante no aparato produtivo do país e as tecnologias sem fio são a única alternativa viável para oferecer serviços de banda larga”, explicou José Otero, vice-presidente para a América Latina e para o Caribe da 5G Americas.
VIU ISSO?
–> Como a Claro vai ofertar ‘5G’ antes do leilão de frequências?
–> Operadoras querem Huawei nas redes 5G do Brasil
–> Leilão do 5G fica para 2021
Atualmente, as frequências móveis brasileiras de 450 MHz, 700 MHz, 800 MHz, 850 MHz, 900 MHa, 1,8 GHz, 1,9 GHz, 2,1 GHz e 2,5 GHz estão distribuídas entre as quatro principais operadoras (Vivo, Claro, TIM e Oi), nas regionais Algar Telecom e Sercomtel, além de empresas com licença MVNO.
No início do ano, a Agência Nacional de Telecomunicões (Anatel) publicou consulta pública para aumentar o espectro móvel, realizando a licitação multibanda que inclui blocos de 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz na modalidade nacional e regional.
Devido os efeitos negativos da pandemia Covid-19, o leilão dessas frequências segue sem uma data definida, podendo ocorrer no primeiro trimestre do ano que vem.
Confira, abaixo, o espectro alocado para redes móveis na América Latina.
País | Espectro em maio de 2020 (MHz) |
Brasil | 609 |
Peru | 554,4 |
México | 524,9 |
Uruguai | 515 |
Colômbia | 492,5 |
Chile | 470 |
Nicarágua | 420 |
Argentina | 400 |
Costa Rica | 400 |
República Dominicana | 380 |
Paraguai | 350 |
Venezuela | 324 |
El Salvador | 304 |
Equador | 290 |
Honduras | 290 |
Bolívia | 284 |
Panamá | 240 |
Guatemala | 210,6 |
Média | 392,1 |