Apesar de Vivo, TIM e Claro terem enviado proposta conjunta pelos ativos móveis da Oi, tele decidiu negociar exclusivamente com empresa norte-americana.
A operadora de telecomunicações Oi (OIBR3 / OIBR4) anunciou, em fato relevante disparado no final da noite desta quarta-feira (22/07), que fechou um acordo de exclusividade com a Highline do Brasil II Infraestrutura de Telecomunicações S.A. para negociar a venda dos seus ativos móveis.
O acordo de exclusividade é válido até o dia 3 de agosto, mas pode ser prorrogado caso haja interesse das partes.
Segundo a Oi, a Highline ofereceu a melhor proposta vinculante, acima do piso de R$ 15 bilhões que a companhia estabeleceu para aceitar vender a “UPI Ativos Móveis”, conforme previsto no Aditamento ao Plano de Recuperação Judicial, protocolado em 15 de junho.
“Pelo Acordo, a Companhia concedeu à Highline exclusividade para, observados os termos e condições previstos no Acordo e mantidos os termos econômicos da proposta vinculante apresentada, negociar os documentos e anexos relativos à Oferta”, diz trecho do comunicado assinado por Camille Loyo Faria, Diretora de Finanças e Relações com Investidores do Grupo Oi. (Clique para ler na íntegra).
Isso não quer dizer que, por ter apresentado a melhor proposta pela Oi Móvel, a Highline já tenha os ativos da empresa nas mãos. A Oi, inclusive, justifica que tomou a decisão de firmar um contrato de exclusividade com a Highline para que a segurança e a rapidez nas negociações sejam asseguradas.
Como explica o informativo, o período de conversa exclusiva com um interessado também permite que, ao concluir de forma satisfatória as apresentações dos documentos necessários, “a Oi tenha condições de pré qualificar a Highline, na condição de “stalking horse”, para participação no processo competitivo de alienação da UPI [Unidade Produtiva Isolada], garantindo assim o direito de cobrir (“right to top”) outras propostas recebidas no referido processo”.
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Caso a Highline do Brasil conclua a compra da Oi Móvel, a empresa não pretende vender serviços diretamente para o consumidor, mas sim alugar toda a infraestrutura que deterá para que outra empresa faça a sua marca. A Algar Telecom ou alguma empresa de telecomunicações internacional, por exemplo, poderia operar no Brasil por meio de um contrato de longo prazo com a Highline.
Highline também quer as torres da Oi
No último sábado (22), conforme noticiado aqui no Minha Operadora, a Oi comunicou que a Highline havia ofertado R$ 1,076 bilhão pela UPI Torres. Com essa Unidade, a empresa terá direito a 657 Torres e “Roof Tops” que hoje são de propriedade da operadora brasileira.
Quem está por trás da Highline do Brasil é a Digital Colony, considerada a maior empresa de investimentos em Infraestrutura Digital do planeta. São mais de US$ 20 bilhões de ativos sob gestão da corporação e 14 marcas controladas. A investidora está sediada em Boca Raton, na Flórida (EUA).
Outras propostas pela Oi Móvel
As grandes operadoras concorrentes Vivo (VIVT3 / VIVT4), TIM (TIMP3 / TIMP4) e Claro também ofereceram uma proposta pela operação de telefonia móvel. A informação foi confirmada pela Telefônica Brasil, controladora da Vivo, na madrugada de sábado (18).
A operadora Algar Telecom, em sociedade com o Archy, afiliado do Cingapura GIC Special Investments, também ofereceu proposta acima dos R$ 15 bilhões pedidos pela Oi.