Ministro argumenta que bloqueio da fabricante chinesa afetaria competitividade e cadeia de fornecimento do 5G no país.
No último domingo, 5, o ministro da Economia, Paulo Guedes, participou do programa especial “O Brasil Pós-Pandemia: a Retomada”, transmitido pelo canal fechado CNN Brasil. Durante a entrevista, ele abordou a questão do 5G e as consequências de um possível bloqueio da Huawei no país.
Segundo Guedes, o mundo passa por um momento de desconfiança geopolítica ao redor da China. Por um lado, o país é apontado como foco inicial da pandemia da Covid-19, por outro, estão as frequentes acusações dos Estados Unidos de que empresas chinesas têm promovido espionagem industrial.
Tal cenário tem levantado questionamentos sobre a Huawei ter a capacidade de interromper serviços de comunicações e de segurança, algo que é negado pela companhia e pelo governo de Pequim.
Porém, o ministro de Jair Bolsonaro acredita que rivalidade entre EUA e China pode ser benéfico, sob o ponto de vista estratégico e competitivo. Um potencial bloqueio da Huawei poderia “afetar a cadeia de fornecimento do 5G” no país.
“Em um momento que precisamos dar salto quantitativo e qualitativo em tecnologia, seria interessante deixar a competição funcionar: a Ericsson de um lado, a Huawei do outro, chinês brigando com americano, com nórdicos, para ver quem nos serve melhor. [Mas] nessa hora que devíamos dar esse mergulho, vem essa ‘nuvem de suspeita’ e cria problema geopolítico em algo que era estritamente econômico”, afirmou o ministro da Economia.
Atualmente, a chinesa Huawei, sueca Ericsson e finlandesa Nokia são os principais fornecedores de tecnologia 5G no mundo.
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Mesmo com o forte lobby americano, o Brasil ainda não anunciou oficialmente se pretende bloquear a entrada de hardware da Huawei na infraestrutura de redes do país.
Nesta segunda-feira, 6, Fabio Faria, atual ministro das Comunicações, anunciou que o leilão do 5G está previsto para ocorrer em 2021.
Com informações de Teletime.