Teles defendem uso de filtros em antenas, entretanto, problema da interferência no sinal de TV demoraria 7 anos para ser resolvido.
A Conexis Brasil Digital, entidade que congrega as operadoras de telefonia móvel e fixa, apresentou um estudo elaborado pela LCA Consultores defendendo o uso de filtros em antenas parabólicas para evitar a interferência do 5G no sinal de TV transmitido via satélite.
De acordo com o documento, a solução dos filtros custaria R$ 224,13 milhões. Em contraponto, a migração da atual Banda C para a Banda Ku, liberando a faixa para ser utilizada no 5G, exigiria R$ 1,75 bilhão, quase oito vezes mais caro.
Para chegar a esses números, a consultoria se baseou em dados de IBGE do número de brasileiros que possuem apenas a parabólica como recurso para acessar a TV aberta.
No trabalho apresentando, o custo estimado para a instalação de cada filtro “anti-5G” em 1.375.703 residências que estão no raio de interferência seria de R$ 162,92.
Na opção de migração para a Banda Ku, seria necessário realizar a troca de kits de recepção em 4.838.405 domicílios, pelo custo médio de R$ 362. O número de residências é maior, pois teria que incluir também aqueles que não sofreriam a interferência da conexão de quinta geração.
O estudo também apresentou uma sugestão de cronograma para a instalação gradual dos filtros em antenas parabólicas, podendo demorar até sete anos para que o problema seja totalmente resolvido no país, conforme a seguir:
Prazo | Cidades | Quantidade de cidades |
1 ano | Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo, Fortaleza, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife, Cuiabá, Manaus, Natal e Curitiba. | 12 |
2 anos | Restante das capitais e cidades com mais de 500 mil habitantes | 41 |
3 anos | Cidades com mais de 200 mil habitantes | 102 |
4 anos | Cidades com mais de 100 mil habitantes | 171 |
5 anos | Cidades entre 30 e 100 mil habitantes e restante dos municípios competitivos | 889 |
6 anos | Restante das cidades potencialmente competitivas | 2149 |
7 anos | Restante das cidades pouco competitivas | 1092 |
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A interferência do 5G nos sinais da TV aberta via satélite é o maior entrave para a realização do leilão de frequências, sendo também o responsável pelo seu atraso. Inicialmente, programado para ocorrer no início deste ano, agora ele deverá ser realizado apenas no primeiro semestre de 2021.
O motivo do adiamento do leilão do 5G se deve à emergência da pandemia da Covid-19, que atrasou os testes de campo de convivência entre o 5G e os sinais de televisão via satélite.
O estudo da LCA Consultores será encaminhado à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
“Queremos o melhor modelo que valorize os investimentos e tenha o menor custo social. E de fato existe essa solução, de maneira concreta e objetiva, com os novos filtros, que atendem com folga as especificações da Anatel”, afirmou o presidente-executivo da Conexis, Marcos Ferrari.
Com informações de Agência Telebrasil.