22/12/2024

Operadoras brasileiras recusam reunião com diplomatas dos EUA

Teles estão incomodadas com a pressão do governo Trump para barrar a presença da Huawei nas redes 5G do Brasil.

Após pressionar o governo brasileiro para impedir a entrada de produtos da chinesa Huawei nas redes 5G do país, o governo de Donald Trump decidiu mudar de estratégia e pressionar diretamente as operadoras brasileiras. Mas, dessa vez, o plano não saiu como o planejado.

O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, fez um convite para um encontro privado com representantes das principais operadoras do país: Vivo, Claro, TIM e Oi.

A reunião seria na próxima semana, em São Paulo, e teria a presença de Keith Krach, subsecretário de Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente do Departamento de Estado dos EUA.

Na pauta estava discussões sobre o cenário das telecomunicações no Brasil e as perspectivas para o 5G no curto e médio prazo. Porém, as quatro operadoras decidiram recusar o convite.

Além de estarem incomodadas com a pressão agressiva americana para barrar a fabricante chinesa no Brasil, as teles temiam uma saia justa com os órgãos que regulam o setor de telecomunicações no país.

O tema gerou debate entre as operadoras, por considerar como impróprio um encontro entre autoridades de um país estrangeiro com uma empresa privada do Brasil, sem que haja a intermediação do governo local.

Além disso, as empresas não se sentem confortáveis em discutir suas estratégias de negócio com diplomatas americanos.

VIU ISSO?

–> Rodrigo Maia minimiza ‘ajuda’ dos EUA para o 5G no Brasil

–> Brasil estuda assinar acordo que pode limitar Huawei no país

–> Banir a China pode encarecer valor final do 5G

Apesar dos EUA oferecerem linhas crédito para que as operadoras comprem produtos de fabricantes concorrentes da Huawei, nos bastidores, representantes do setor afirmam que as empresas têm pouco interesse em adquirir equipamentos de rede por meio de financiamento.

Além disso, caso a chinesa seja impedida de fato de fornecer produtos para o Brasil, seria necessário trocar boa parte da rede atual, que já utiliza componentes da Huawei, o que traria um custo adicional para a operação.

Com informações de Folha de São Paulo.

3 COMENTÁRIOS

Se inscrever
Notificar de
guest
3 Comentários
Mais antigo
Mais recente Mais Votados
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários