Leitor do Minha Operadora relata ter vivido situação atípica com a empresa, onde perdeu seu número e viu o segmento ser tratado de forma inferior.
No início de 2020, R.L.N, leitor do Minha Operadora identificado por suas iniciais (a pedido do próprio), viveu uma situação atípica com as prestadoras Claro e TIM, esta última na qual é cliente há mais de sete anos.
O militar de 37 anos era usuário pré-pago de uma oferta do TIM Beta, até que viu sua linha ficar inativa sem motivos. Afinal, para ter um número desativado, é necessário ficar um período de tempo sem fazer recarga. Fato que não aconteceu.
Para apurar a situação, o cliente ligou para a operadora e descobriu que foi feita uma portabilidade e a linha estava cancelada, pois agora pertencia a outra prestadora.
Após várias tentativas de descobrir qual era a nova empresa de telefonia com seu número, o novo dono da linha fez o download do WhatsApp, mas não obteve sucesso na ativação graças a verificação em duas etapas.
Quando conseguiu fazer contato com o novo usuário, R.L.N descobriu que se tratava de outro consumidor e não um estelionatário que tentou roubar seu número, como havia pensado inicialmente.
A pessoa em questão contratou um plano controle da Claro e recebeu o número portado indevidamente.
VEJA CASOS SEMELHANTES:
–> TIM e Claro terão que indenizar cliente por erro de portabilidade
–> Cliente aguarda dois meses por portabilidade
–> Claro terá que indenizar cliente por falha em portabilidade
Em mais tentativas de recuperar o número, o cliente se encaminhou até a loja responsável pela venda, no Terraço Shopping, em Brasília.
No local, ouviu do vendedor que o procedimento foi feito normalmente e o número foi disponibilizado pela ABR Telecom.
Quando pediu por mais detalhes, foi orientado a reclamar com a TIM, que autorizou a possível “portabilidade indevida”.
Na loja da operadora no mesmo shopping, fez a reclamação e ouviu do atendente que sua situação era um problema comum para a modalidade escolhida. Ele foi orientado a contratar um plano pós-pago ou controle, pois o “pré-pago era uma terra sem lei”.
A situação foi mesmo resolvida quando o usuário procurou outra loja da Claro, que prestou um bom atendimento, reconheceu o erro e fez o processo de portabilidade reversa.
Mais desdobramentos
No entanto, R.L.N estava agora no plano TIM Pré TOP e recorreu ao “consumidor.gov” para tentar reaver sua oferta do TIM Beta Lab.
Logo em seguida, ele recebeu uma ligação da operadora que não cogitou a possibilidade de volta-lo para a sua oferta anterior, mas fez uma proposta.
Em carta, a empresa ofereceu o valor de R$ 120 por três meses para apaziguar a questão. O acordo foi rejeitado pelo consumidor.
Mesmo com o número recuperado, sem mais explicações, o caminho foi procurar a Justiça.
Processo vencedor
Para finalmente obter justiça com todo o imbróglio que sofreu nas mãos das operadoras TIM e Claro, o cliente entrou com um processo contra as marcas.
O resultado saiu em novembro e declarou as empresas culpadas por “portabilidade indevida”.
Na sentença, ambas marcas de telefonia móvel foram acusadas de migrar uma linha telefônica de forma arbitrária, sem o consentimento do dono.
As duas terão que pagar uma indenização de R$ 3 mil por danos morais e a TIM terá 15 dias para reestabelecer a oferta do TIM Beta Lab, ativa na linha antes do ocorrido.
A reativação do plano ainda não foi realizada, segundo relatos do leitor.
Confira a sentença.