Hoje extinta, empresa foi a primeira a lançar no país um celular pré-pago 100% digital.
Morreu nesta quinta-feira, 10, aos 82 anos de causas naturais, o banqueiro e fundador do Grupo Safra, Joseph Safra.
O empresário era o homem mais rico do Brasil e o 101º do mundo, com uma fortuna avaliada em US$ 17,6 bilhões (R$ 89,33 bilhões, na cotação atual).
Atualmente, o Banco Safra, que leva o seu sobrenome, é o sexto maior do país.
Além da instituição financeira e de muitos outros empreendimentos, Joseph aproveitou o momento da privatização da telefonia no Brasil, no final da década de 1990, para se aliar à tele americana Bell South e abrir a sua própria operadora, a BCP Telecomunicações.
O Grupo Safra detinha 42,5% de participação da BCP, a Bell South – que funcionava como operadora da companhia – tinha 42,5% e o Grupo Oesp – que publica o jornal O Estado de S.Paulo -, contava com 5% das ações.
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A BCP iniciou as suas operações em maio de 1998, após se tornar a primeira empresa a adquirir frequências para redes móveis no país, o que colocava fim ao monopólio do antigo sistema Telebrás.
No início, a operadora atuava na região metropolitana de São Paulo e nos estados do Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte.
A empresa inovou ao apostar na popularização da telefonia móvel, reduzindo tarifas e lançando o “Alô Fácil”, o primeiro celular pré-pago 100% digital do país.
O movimento fez com que o uso celular se tornasse mais acessível, já que o serviço ainda era exclusivo da classe mais rica do país.
Apesar do grande sucesso inicial, a operadora viu sua receita cair ao investir na tecnologia americana conhecida como TDMA, que acabou sendo trocada pela Anatel para o padrão europeu GSM, por conta da introdução do 3G no país.
Endividada, a BCP foi vendida em 2003 para o bilionário mexicano Carlos Slim, atualmente controlador da Claro no Brasil, que via no negócio uma oportunidade para aumentar a sua operação no mercado paulista.
As linhas da BCP migraram para a operadora Claro e a marca foi extinta.