Para a Associação, a medida do Governo deveria ser transversal aos demais setores.
A Associação Brasileira de Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) emitiu uma nota contra a decisão do Ministério da Economia de reduzir em 10% o imposto de importação em equipamentos de informática, telecomunicações (TICs) e bens de capital (BKs).
A medida, que passa a valer na próxima semana, inclui celulares e computadores, bem como máquinas e equipamentos utilizados pela indústria.
Para o presidente da Associação, Humberto Barbato, a decisão tomada pela pasta foi “intempestiva e improvisada” e isso tende apenas a trazer prejuízos e inseguranças ao setor.
Barbato também afirma que foi pego de surpresa com a medida, já que, segundo ele, tinha uma reunião marcada com o ministro Paulo Guedes para a próxima sexta-feira.
O encontro serviria para tratar de temas como a abertura comercial, envolvendo diversos segmentos industriais.
“Na visão da Abinee, ao tomar a medida agora, o Governo escolhe setores, iniciando por BK e TICs, sem reduzir a tarifa dos insumos utilizados por estas empresas, o que trará aumento de custos para a produção local”, diz a nota.
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Ainda de acordo com a Abinee, essa redução nas tarifas de importação ainda será submetida aos países membros do Mercosul para uma possível extensão aos outros setores.
A Associação afirma que se isso não acontecer, apenas os setores de BK e TICs terão a redução da alíquota do imposto de importação.
Por isso, o presidente da Abinee desaprovou a adoção dessa medida antes da reunião do Mercosul, afirmando que ela deveria ser transversal aos demais setores.
O presidente da Abinee ainda rebate o argumento utilizado pelo governo de que as medidas para aliviar o custo Brasil para se reduzir a assimetria na produção com a OCDE propicia o corte das tarifas. E acrescenta que gostaria de conhecer as métricas utilizadas.
Barbato ressalta também que outros custos, como o de transporte, por exemplo, variam de setor para setor, assim como o impacto no custo final do produto pode variar de empresa para empresa.
Ao final da nota, a Associação reforça que não é contra a redução de tarifas de importação e abertura comercial, desde que essas medidas sejam tomadas de forma transversal e com previsibilidade. “A cada semana temos que apagar um incêndio”, finaliza.