Novo presidente dos Estados Unidos mantém a política ‘anti-China’ de Trump na questão do 5G.
Apesar do contraste ideológico com Donald Trump, o novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pretende não apenas seguir as políticas de seu antecessor para com a Huawei, mas também endurecê-las.
De acordo com um novo relatório revelado pelo Bloomberg, o governo de Biden impôs novas restrições para empresas norte-americanas que já haviam adquirido licenças de exportação para a fabricante chinesa.
A partir da próxima semana, essas empresas não poderão mais exportar para a Huawei componentes para produtos que utilizam a tecnologia 5G, como semicondutores, antenas e baterias.
A nova restrição é uma adição à determinação de Trump de que empresas americanas só poderiam fazer negócios com a Huawei e outras fabricantes chinesas após adquirir licenças emitidas pelo governo dos EUA.
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A medida do governo antecessor visava proteger os negócios daquelas empresas americanas que têm os chineses como principais clientes.
Por outro lado, essas restrições podem ser um verdadeiro “tiro no pé” para os Estados Unidos, uma vez que a Huawei pode acabar fazendo negócios com outras empresas ao redor do mundo.
Tal movimento poderia ameaçar a competitividade das empresas norte-americanas.
Além disso, a própria China pode passar a investir intensamente e internamente no desenvolvimento de novas tecnologias, diminuindo a dependência de terceiros.
Guerra comercial
Durante a administração de Trump, a Huawei entrou na “lista negra” do comércio, após acusações de que a China promove espionagem industrial, algo que é negado pelos chineses.
O governo americano vê a China como uma ameaça à segurança nacional, tanto para os Estados Unidos como para países aliados (inclusive o Brasil).
Entretanto, por trás das acusações dos Estados Unidos pode estar a preocupação do país em ter ficado para trás no desenvolvimento de tecnologias para o setor de telecomunicações.
Hoje, este mercado é dominado pela chinesa Huawei, pela sueca Ericsson e pela finlandesa Nokia.
Portanto, as restrições seria uma maneira de restringir o avanço comercial da Huawei, atualmente, a maior empresa do setor.
Além disso, a China chegou a rebater as acusações de espionagem lembrando o escândalo do WikiLeaks, de 2006, no qual foram revelados documentos secretos de que o governo americano teria praticado pressões políticas internacionais, abusos de poder ou más práticas governamentais.
Segundo o vazamento, os Estados Unidos teriam espionado e-mails e telefones de líderes de outros países, inclusive daqueles considerados aliados.
Na lista, estava, por exemplo, a ex-presidente brasileira Dilma Rousseff.
Na época, a chefe de estado do Brasil chegou a recusar um convite de visita aos Estados Unidos, como forma de protesto à revelação de espionagem.
Foi a partir desse escândalo que motivou o Brasil a investir no lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), para proteger as comunicações do governo e dos militares do país.
Com informações de TudoCelular.