24/11/2024

Fábio Faria pede estudo para incluir EBC em programa de privatização

Recentemente, o ministro bateu boca com jornalistas sobre o tema e afirmou que a empresa estatal não poderia ser vendida porque dá prejuízo.

Imagem: Twitter/Reprodução

Nesta quarta-feira, 10 de março, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, decidiu encomendar um estudo sobre a viabilidade da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) participar do Programa Nacional de Desestatização (PND).

Na reunião estavam presentes o presidente da EBC, Glen Valente, a secretaria especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Martha Seillier, além de representantes da equipe econômica.

A ideia é que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) contrate uma consultoria para apresentar estudos ao Ministério das Comunicações sobre os modelos, impactos e consequências de uma possível desestatização da EBC.

No último fim de semana, durante bate-boca com jornalistas no Twitter, Faria revelou que a EBC dá prejuízo anual de R$ 550 milhões e que, por isso, não há como vendê-la (segundo ele).

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A discussão online começou quando os colunistas Carlos Andreazza, do jornal O Globo e da rádio CBN, e o Felippe Hermes, do Infomoney, questionaram o ministro sobre o porquê de a EBC ainda não ter sido vendida, uma vez que era uma das promessas de campanha do presidente Jair Bolsonaro.

Na época, Bolsonaro chamava a EBC de “TV do Lula”, por ter sido criada durante o governo do ex-presidente, em 2007.

No Twitter, Faria tentou, até mesmo, intimidar a imprensa, questionando Hermes se ele não estava “muito militante” e marcando na postagem os donos da XP Investimentos, empresa responsável pelo site Infomoney.

Hoje, a estatal conta com um canal de televisão, sete rádios e uma agência de notícias.

A ideia original era que a EBC se tornasse uma espécie de “BBC do Brasil”.

No entanto, a oposição têm acusado o governo atual (assim como nos anteriores) de utilizar os veículos da empresa pública para fazer promoção pessoal de Jair Bolsonaro.

Por exemplo, em uma recente visita do presidente da República ao Vale do Ribeira, em São Paulo, a TV Brasil transmitiu durante cerca de 10 minutos Bolsonaro acenando a motoristas.

Em outro evento, um narrador da EBC fez elogios ao presidente durante uma partida de futebol, inclusive enviando um abraço a ele.

Segundo apurou o UOL, a cobertura pela TV Brasil de eventos com a participação do presidente em formaturas militares e visitas a escolas cívico-militares custaram ao menos R$ 162 mil entre julho e novembro passado.

O pedido para inclusão da estatal no programa de privatização foi noticiado pela própria EBC.

Com informações de Infomoney e Congresso em Foco.

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